A retomada do mercado de trabalho brasileira tem sido comemorada, mas levantamento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que é justamente o trabalho informal que tem impulsionado a recuperação.

“A desaceleração da taxa de desocupação vem sendo possibilitada pelo aumento no ritmo de crescimento da população ocupada, cujo contingente apresentou, no terceiro trimestre, uma expansão de 11,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, diz a pesquisa.

“O crescimento da ocupação, entretanto, vem ocorrendo de modo mais intenso nos setores informais, refletindo, especialmente, retomada a dos serviços mais beneficiados com o relaxamento das medidas de restrição social”, diz o relatório.

Na comparação interanual, o total de trabalhadores sem carteira e que atuam por conta própria avançaram 23,1% e 18,4% durante o terceiro trimestre deste ano, enquanto os empregos com carteira assinada avançaram 8,6%.

“Essa melhora das condições do mercado de trabalho, impactada pela aceleração do ritmo de criação de empregos nos últimos meses, pode ser apontada como o principal fator de redução do desalento no país, cujo contingente passou de 5,8 milhões para 5,1 milhões entre 2020 e 2021”, dizem os pesquisadores.

Contudo, a situação ainda é considerada desafiadora por conta da elevada desocupação e da alta proporção de subocupados – 8,2% da ocupação total e 29% de desocupados nesta situação há mais de dois anos.

“Nota-se, entretanto, que apesar da robustez desta taxa de variação interanual, há um efeito base que não pode ser ignorado, tendo em vista que, por conta da pandemia, o contingente de ocupados no terceiro trimestre de 2020 havia se reduzido consideravelmente”, ressalta o Ipea.

Leia mais a respeito na íntegra do relatório do IPEA

Fonte: GGN
Data original da publicação: 22/12/2021