Eduardo Miguel Schneider
Em agosto, a ocupação apresentou declínio em três das seis áreas metropolitanas pesquisadas. Houve retração ocupacional no Distrito Federal (-2,1%) e nas regiões metropolitanas de Salvador (-0,9%) e de Porto Alegre (-0,7%). De outro modo, ocorreu aumento da ocupação apenas na Região Metropolitana de Recife (0,8%) e, em menor medida, na Região Metropolitana de Fortaleza (0,4%). Na Região Metropolitana de São Paulo o nível ocupacional permaneceu estável (-0,2%). A comparação da ocupação em agosto com o registrado em igual período do ano anterior evidencia tendência de redução da ocupação em todas as regiões investigadas.
Essas informações confirmam uma severa dificuldade na retomada sazonal da ocupação metropolitana esperada para meados do ano, fato que repercutiu imediatamente no aumento da taxa de desemprego total. Em agosto, três regiões observaram aumento de suas taxas de desemprego e em outras três a taxa permaneceu relativamente estável.
Afastando-se os efeitos sazonais, a tendência da taxa de desemprego total nos últimos 12 meses foi de crescimento em todas as cinco regiões metropolitanas com informações disponíveis. O aumento mais pronunciado ocorreu na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde a taxa saltou de 5,9% para 9,7%.
Em julho, o Rendimento médio real dos ocupados reduziu na maioria das regiões pesquisadas – somente na Região Metropolitana do Fortaleza houve aumento. Em termos de valores absolutos, o Distrito Federal registrou o maior rendimento (R$2.719) e Fortaleza o menor (R$1.179). Também a tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses foi de declínio em todas as regiões pesquisadas, com destaque para a forte retração experimentada pela Região Metropolitana de Fortaleza (-9,3%).
Nos últimos 12 meses findos em julho, a massa de rendimentos reais dos ocupados declinou em todas as regiões metropolitanas. A diminuição da massa de rendimentos foi determinada tanto pelo declínio nos rendimentos médios reais, em todas as regiões, quanto pela retração na ocupação, que só incidiu favoravelmente sobre a massa de rendimentos nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e Fortaleza. Cabe destacar a redução da massa de rendimentos na Região Metropolitana de São Paulo (-9,6%), dada sua representatividade no mercado de trabalho metropolitano nacional.
Nota
[1] Regiões metropolitanas pesquisadas: Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal.Eduardo Miguel Schneider é economista, técnico licenciado do Dieese; doutorando em Economia do desenvolvimento no PPGE/UFRGS/Bolsista CNPq.