Mais de um milhão de pessoas assinaram em duas semanas a petição on-line criada por sindicalistas na França para protestar contra um projeto governamental de reforma do direito trabalhista.
A CGT, principal sindicato francês, chamou recentemente a uma resposta forte e unida do mundo do trabalho ante o projeto impulsionado pelo governo.
Segundo a organização, se fosse adotado, esse plano constituiria um retrocesso histórico dos direitos dos empregados, ao apontar que oferece uma liberdade total ao empresariado, tomando em conta os interesses financeiros do empresariado e dos acionistas, acima da proteção dos empregados, enfatizou.
Mediante um comunicado, deputados da Frente de Esquerda falaram que o texto é um projeto de erradicação do direito trabalhista. Contém ataques sem precedentes contra o tempo de trabalho, os salários e as indenizações por demissão, assinalaram. Segundo a informação divulgada, contempla uma maior flexibilidade do código e o mercado de trabalho. Por exemplo, a organização do tempo de trabalho ou a remuneração das horas extraordinárias, até agora enquadradas pela lei, serão decididas por acordos de empresa. Também prevê facilitar as demissões por motivos econômicos e pôr topos às indenizações por demissão outorgadas pelos tribunais trabalhistas.
Por sua vez, a ministra do Trabalho, Myriam O Khomri, em entrevista com o diário Lhes Echos, expressou que com essa iniciativa o governo quer fazer avançar ao país através do diálogo social, garantir mais direitos reais, fazer as empresas mais competitivas, desenvolver e preservar o emprego.
O documento será apresentado em 24 de março ao Conselho de Ministros. Posteriormente deve começar seu exame no Parlamento em um contexto de persistentes dificuldades trabalhistas e uma taxa de desemprego que se localiza em torno de 10%.
Fonte: Prensa Latina
Data original da publicação: 05/03/2016