71 por cento dos franceses opõem-se hoje ao projeto de lei de reforma trabalhista, inclusive depois da nova versão do texto apresentada pelo governo.
Mais de 60 por cento opinam que o governo teve razão ao efetuar as mudanças. No entanto, consideram que as modificações representam pequenos ajustes e não alteram fundamentalmente o espírito geral da lei, segundo pesquisa da Odoxa realizada para meios locais de imprensa.
Confrontos entre manifestantes e membros das forças repressivas ocorreram na quinta-feira (24/03)durante as marchas contra dito projeto.
Em Paris e Nantes (oeste), milhares de pessoas mobilizaram-se para demandar a retirada definitiva desse plano, apoiado pelo Executivo, o que resultou em choques entre manifestantes e o aparelho repressivo, que usou gás lacrimogênio.
Ao chamado de organizações juvenis e de sindicatos de trabalhadores, foram levados cartazes nos quais se pediam a eliminação do texto, apresentado no Conselho de Ministros.
Dois veículos foram incendiados e 15 pessoas detidas na capital galesa, segundo fontes policiais.
O governo apresentou dia 14 de março uma nova versão do projeto que elimina o estabelecimento de um teto às indenizações por demissão sem justa causa, substituído por “uma tabela indicativa” que servirá de referência.
Também prevê que a justiça trabalhista tenha mais margem para interpretar a situação econômica de uma empresa que quer despedir trabalhadores. O texto inicial procurava facilitar as demissões por motivos econômicos.
As pequenas e médias empresas não poderão modular de maneira unilateral o tempo de trabalho, como estava previsto na primeira versão. Para fazê-lo se precisará um acordo coletivo, sem o qual se seguirá aplicando o direito atual, segundo o exposto pelo premier Manuel Valls.
Depois da apresentação, os dois principais sindicatos do país, a Confederação Geral do Trabalho e a Força Operária, mantiveram sua demanda de retirá-lo.
Em tal sentido, argumentaram que o texto conserva a definição de dificuldades econômicas nas quais pode se basear uma empresa para executar demissões coletivas: dois trimestres consecutivos de perdas ou descenso de vendas durante quatro trimestres.
Também as organizações estudantis defenderam seus planos de mobilizações nas próximas semanas.
Por sua vez, os sindicatos chamados “reformistas” opinaram que “as mudanças expostas por Valls vão no bom sentido”.
No dia 31 de março espera-se greves e manifestações em todo o país para opor ao projeto, cujo exame no Parlamento deve começar em abril.
Fonte: Prensa Latina
Data original da publicação: 26/06/2016