Eduardo Miguel Schneider
O número de ocupados aumentou, em agosto, pelo quarto mês consecutivo: foram mais 83 mil trabalhadores nessa condição. Esse crescimento de 0,4% no nível ocupacional foi suficiente para dar oportunidade de trabalho para os 15 mil indivíduos que ingressaram no mercado de trabalho no último mês e ainda reduzir em 69 mil pessoas o número de desempregados – que passou a ser estimado em 2,35 milhões de pessoas no conjunto das sete áreas metropolitanas pesquisadas [*].
Desse modo, a taxa de desemprego total no espaço metropolitano brasileiro apresentou ligeira redução de 10,9% da PEA (População Economicamente Ativa) em julho para 10,6% em agosto.
Também a tendência da taxa de desemprego metropolitana brasileira foi de redução: em agosto de 2012 a taxa havia sido de 11,1% da PEA (frente aos 10,6% atuais). Mas essa diminuição do desemprego metropolitano não se distribuiu homogeneamente nas regiões. Ela foi resultado do aumento do desemprego em Belo Horizonte e Recife e da redução ocorrida em Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, São Paulo e no Distrito Federal.
O gráfico acima mostra o desempenho conjuntural no mês e a tendência nos últimos 12 meses da taxa de desemprego nas sete regiões investigadas.
O rendimento médio real dos ocupados aumentou em julho (1,2%), encerrando o período em R$ 1.632. Também a tendência dos rendimentos reais nos últimos 12 meses foi de aumento: entre julho de 2012 e de 2013 cresceu 1,0%.
Nos últimos 12 meses, findos em julho de 2013, a massa de rendimentos reais dos ocupados aumentou 1,8%, resultado explicado, principalmente, pela elevação do rendimento médio, uma vez que o nível ocupacional manteve-se relativamente estável. A massa de rendimentos dos ocupados é a soma de todos os salários e remunerações que os indivíduos recebem pelo seu trabalho. Portanto, é o volume de recursos que os trabalhadores dispõem para consumo, pagamento de dívidas, etc. Nesse sentido, é um importante indicador de futuro da economia, visto que revela o seu potencial de consumo; sobretudo em uma economia que depende sobremaneira do potencial de desempenho do mercado interno. Logo, a expansão da massa de rendimentos, como ocorrida no último ano, é favorável, não obstante a magnitude da sua expansão esteja muito aquém da experimentada nos últimos anos.
Após “patinar” na típica recuperação sazonal do mercado de trabalho esperada para o início do segundo semestre, finalmente, em agosto, parece haver sinais mais consistentes do começo desse movimento. Contudo, até então, o ritmo desta retomada não propicia grande entusiasmo. A boa notícia é que as previsões do PIB para 2013 estão sendo revisadas para cima nas últimas semanas. Em se confirmando essas projeções, pode-se esperar que o movimento de recuperação do mercado de trabalho ganhe força no último quadrimestre do ano.
Maiores informações: https://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html
Nota
[*] Regiões metropolitanas pesquisadas: Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal.Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).