Ligeira oscilação positiva da taxa de desemprego em abril

Eduardo Miguel Schneider

Abril registrou a diminuição de 80 mil trabalhadores na condição de ocupados, resultado esperado para essa época do ano, dado o padrão sazonal da economia. Essa retração no nível ocupacional foi parcialmente compensada pela saída de 29 mil trabalhadores do mercado de trabalho.

Desse modo, o número de desempregados aumentou em 52 mil pessoas e passou a totalizar 2,5 milhões de trabalhadores nessa condição no conjunto das sete áreas metropolitanas pesquisadas [1]. A taxa de desemprego no espaço metropolitano brasileiro apresentou pequena variação positiva, ao passar de 11,0% da população economicamente ativa (PEA) em março para 11,3% em abril.

A tendência da taxa de desemprego metropolitana brasileira também foi de crescimento; em abril de 2012 a taxa havia sido de 10,8% da PEA (frente aos 11,3% atuais). Essa elevação do desemprego não se distribuiu homogeneamente nas regiões, mas foi resultado do aumento do desemprego em Salvador, Belo Horizonte e Recife, redução em Porto Alegre e Fortaleza, e, relativa estabilidade no Distrito Federal e São Paulo.

O rendimento médio real dos ocupados apresentou ligeira variação negativa de 0,4% em março, encerrando o período em R$ 1.583. Já a tendência nos últimos 12 meses ainda foi de crescimento nos rendimentos: entre março de 2012 e de 2013 aumentou 1,1%. A massa de rendimentos dos ocupados é a soma de todos os salários e remunerações que os indivíduos recebem pelo seu trabalho. Portanto, é o volume de recursos que os trabalhadores dispõem para consumo, pagamento de dívidas, etc. Nesse sentido, é um importante indicador de futuro da economia, visto que revela o seu potencial de consumo; sobretudo em uma economia que depende sobremaneira do potencial de desempenho do mercado interno.

Nos últimos 12 meses, findos em março de 2013, a massa de rendimentos dos ocupados expandiu em 1,6%; resultado do aumento do rendimento médio, uma vez que o nível de ocupação manteve-se relativamente estável.

Maiores informações: http://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html

Nota

[1] Regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal.

Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

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