Resumo: |
O propósito do presente estudo foi compreender como se constroem as trajetórias de egressos do programa Jovem Aprendiz. Esta pesquisa integra as discussões feitas no Núcleo de Estudos Sobre Trabalho e Constituição do Sujeito (NETCOS) do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFSC, área dois – práticas culturais e processos de subjetivação e linha de pesquisa: processos de subjetivação, gênero e diversidades. As constantes transformações no campo do trabalho têm gerado mudanças objetivas e subjetivas na vida dos sujeitos que trabalham. Neste cenário, os jovens substancialmente são os mais afetados, estando expostos ao desemprego e trabalhos precarizados. Esta pesquisa, a partir de uma abordagem qualitativa, tomou a categoria trabalho como central e compreendeu as juventudes como uma construção social e em sua pluralidade embasada nas contribuições da psicologia histórico-cultural. O foco central da pesquisa foi o trabalho, no entanto, outras dimensões da biografia dos jovens foram consideradas (família, vida escolar), pois, elas encontram-se interconectas e atuam nas diversas construções, possibilidades e escolhas dos jovens. O método da história oral foi utilizado para conhecer as histórias laborais dos jovens egressos. As entrevistas reflexivas foram o principal procedimento de busca de informações. Foram entrevistados quatro jovens com idades entre 16 e 25 anos. A fotografia como memória e uma produção textual sobre projetos de futuro também foram usadas junto com as entrevistas, como procedimentos auxiliares. O processo de análise se deu por meio da organização de quatro núcleos de significação: Trajetória Laboral e Educacional, Experiências como Jovem Aprendiz, Ser Egresso e Projetos. Estes quatro núcleos foram discutidos a partir da história de cada jovem e depois entrecruzados a partir de suas similaridades e contraposições. Os sentidos expressos por meio das falas, imagens, e da produção textual reafirmam que a esfera do trabalho permanece como central para os jovens. Evidencia-se a necessidade de pensar ações relacionadas à qualificação, inserção e permanência dos jovens no campo laboral. Os sentidos que os jovens constroem sobre suas trajetórias expressam a multiplicidade e pluralidade da vivência da condição juvenil e do trabalho e são o entrelaçamento de escolhas biográficas e das estruturas de oportunidades disponíveis. |