“Caporalato”, um termo que é sinônimo de exploração e que significa que um intermediário contrata trabalhadores negando-lhes os direitos básicos. Outrora regra nos campos da Itália, agora concentra-se sobretudo nas máfias que controlam o trabalho, agrícola ou na construção civil, de migrantes.
Mas não só. “Caporalato” foi a expressão utilizada nesta sexta-feira por um tribunal de Milão na sentença que ditou que um administrador judicial ficasse a supervisionar por um ano a Uber Itália. Em causa estão, em particular, cerca de mil contratos, a esmagadora maioria de migrantes com vistos temporários que, de acordo com o procurador que conduziu o processo, trabalham em “condições no limite da escravatura”, recebendo três euros por hora.
A Uber Eats pagava a duas empresas de recrutamento somas muito mais elevadas do que estas para que estas gerissem a mão-de-obra. Segundo a agência informativa ANSA, uma destas empresas e quatro pessoas estão também sendo investigadas judicialmente.
Da acusação fazem ainda parte o roubo das gorjetas pagas pelos clientes por parte da Uber Eats e o não descontar para impostos e segurança social.
Este não é o primeiro dissabor de uma empresa que, no setor dos transportes, só é autorizada a oferecer o seu serviço de luxo, o Uber Black, devido à pressão dos taxistas.
Fonte: Esquerda.net
Data original da publicação: 30/05/2020