Resumo: |
A abertura econômica vivenciada pelo Brasil com a implementação de medidas liberalizantes nas décadas de 1980 e 1990 e a intensa expansão da economia nacional, nos anos 2000, inseriram o país em um cenário global jamais vivenciado. Em termos nacionais, tanto o setor de telecomunicações como o metalúrgico experimentaram processos de reestruturação com o ingresso de empresas transnacionais e a proliferação de empresas brasileiras atuando no exterior. Para os sindicatos, intensificavam-se desafios em uma arena que extrapolava os limites nacionais. A partir desse cenário, este estudo analisou a internacionalização de organizações sindicais brasileiras e suas lideranças desde os anos 1980 até os 2000. De um lado o foco reside, inicialmente, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, mas se amplia à Confederação Nacional dos Metalúrgicos e à Central Única dos Trabalhadores. Do outro, centra-se no Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de São Paulo, filiado à Força Sindical. Constatou-se que a entrada destas organizações na arena global desenvolveu-se em diferentes ritmos e características, na passagem de uma etapa em que, nos anos 1980, consumiam relações internacionais para outra, nos anos 2000, em que passaram a ter um papel mais ativo, protagônico. Enquanto que para os metalúrgicos este processo é orgânico e paulatino, para as telecomunicações intensificou-se como reação às privatizações. Para ambos, observam-se mudanças em referenciais que estavam voltados à esfera nacional, ampliam-se os percursos possíveis para as carreiras sindicais e a divisão do trabalho sindical por meio de um processo que reforça uma seleção social, a qual se constitui de forma coletiva e individual. |