Com a taxa de desemprego mantendo certa estabilidade (11,6% no trimestre encerrado em outubro, ante 11,8% em julho e 11,7% há um ano), o mercado de trabalho segue batendo recordes de informalidade. O país tem quase 1,5 milhão de pessoas a mais na força de trabalho, mas as vagas abertas continuam sendo, predominantemente, sem carteira e de autônomos.
O número de desempregados é estimado em 12,367 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na sexta-feira (29/11) pelo IBGE. Já atingido pela “reforma” trabalhista, dois anos atrás, o mercado tende a continuar produzindo o fenômeno conhecido como “bico”, como forma de sobrevivência.
Em 12 meses, o número de ocupados cresceu 1,6%, com mais 1,436 milhão de pessoas, levando o total a 94,055 milhões. Mas desse 1,4 milhão a mais, só 344 mil são de empregados com carteira no setor privado (alta de 1%). Os sem carteira cresceram duas vezes mais (2,4%), em 280 mil. E os trabalhadores por conta própria aumentaram em 3,9%, com acréscimo de 913 mil pessoas, levando o total ao recorde de 24,446 milhões.
Já os sem carteira agora somam 11,852 milhões. O número representante outro recorde na série história da Pnad.
Em um ano, o trabalho doméstico praticamente não teve alterações, com 69 mil vagas a mais, em um total de 6,314 milhões. O saldo é resultado do acréscimo de 130 mil empregos sem carteira e do fechamento de 61 mil com carteira.
Em 12 meses, a maior parte dos setores pesquisados mostra estabilidade no emprego. Setores ligados a serviços (transporte, armazenagem, alojamento, alimentação, atividades financeiras e imobiliárias) têm crescimento.
A chamada subutilização da força de trabalho (pessoas que gostariam de trabalhar mais) atinge 27,1 milhões, menos 972 mil no trimestre (-3,5%) e estável em relação a igual período de 2018. A taxa é de 23,8%.
Os desalentados – pessoas que desistiram de procurar trabalho – são 4,6 milhões, menos 217 mil em três meses (-4,5%) e também com estabilidade em um ano. O percentual é de 4,2% em relação à força de trabalho.
Estimado em R$ 2.317, o rendimento médio ficou estável nas duas comparações. Já a massa de rendimentos, que soma R$ 212,808 bilhões, cresceu 1,8% no trimestre e 2,6% em relação a outubro de 2018.
Fonte: RBA
Data original da publicação: 29/11/2019