IBGE: desemprego segue em alta e atinge 12,9% em abril

Após melhoras constantes nos índices de desemprego ao longo de 2017, a taxa de desocupação voltou a crescer no trimestre encerrado em abril de 2018. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (Pnad), divulgada nesta terça-feira 29 pelo IBGE, o desemprego chegou a 12,9%, com um total de 13,4 milhões de pessoas em busca de trabalho.

De acordo com o IBGE, o resultado foi puxado pelo corte de vagas no comércio, que teve diminuição de 439 mil pessoas (-2,5%) na população ocupada em relação ao trimestre encerrado em janeiro.

Na mesma comparação, a população ocupada teve redução de 969 mil pessoas (-1,1%), com a queda mais expressiva entre os empregados com carteira assinada. O quadro negativo acarretou um aumento na taxa de desocupação, que foi de 12,2% entre novembro e janeiro para 12,9% no trimestre fechado em abril.

Se ao longo de 2017 o emprego formal seguiu estável e o informal cresceu – resultando numa redução da taxa de desemprego ao longo dos trimestres – o mesmo não aconteceu nos primeiros meses de 2018.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,7 milhões) caiu 1,7% no trimestre fechado em abril frente ao trimestre anterior (novembro de 2017 a janeiro de 2018), uma redução de 567 mil pessoas. No confronto com o trimestre de fevereiro a abril de 2017, a queda foi de -1,7% (-557 mil pessoas).

O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (10,9 milhões de pessoas) apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, cresceu 6,3% (mais 647 mil pessoas). A categoria dos trabalhadores por conta própria, 23 milhões, também ficou estável na comparação com o trimestre anterior, mas cresceu 3,4% em um ano.

Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a taxa de desocupação cresceu substancialmente porque aumentou a população desocupada e continuou a queda da população ocupada. Isso acontece pelas perdas na construção e no comércio, além dos serviços domésticos.

“Perdemos quase um milhão de ocupados no trimestre terminado em abril na comparação com o encerrado em janeiro”, ressaltou Cimar. “Outros grupamentos também tiveram tendência de queda, como a indústria e agricultura”, completou.

Nenhum dos dez grupamentos de atividades pesquisadas teve aumento na população ocupada de janeiro para abril. Foram observadas quedas nos segmentos da Construção (-2,7%), Serviços Domésticos (-2,7%) e Comércio (-2,5%). Os demais setores ficaram estáveis.

Na comparação com abril do ano passado, houve geração de postos de trabalho apenas nos segmentos de Outros Serviços (9,1%) e Administração Pública (3,8%).

O rendimento médio real habitual ficou em 2,182 mil reais no trimestre encerrado em abril deste ano, estável em relação a janeiro deste ano e a abril do ano passado. A massa de rendimento real habitual foi de 193 bilhões de reais, também estável em ambas comparações temporais.

Fonte: Carta Capital
Data original da publicação: 29/05/2018

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