Após cerca de duas semanas de greve geral, os funcionários da Dataprev, conseguiram reverter as demissões de quase 500 servidores e abrir prazo de negociação com o governo. Além disso, os trabalhadores não poderão ter os dias parados descontados da folha de pagamento.
Em audiência de medição no Tribunal Superior do Trabalho (TST), a ministra Kátia Arruda determinou que nos próximos 15 dias seja discutido um plano de realocação dos servidores de 20 agências regionais fechadas pelo governo. Durante esse prazo nenhum trabalhador pode ser dispensado.
Celio Stemback, diretor de comunicação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados Serviços em Informática e Similares (Fenadados), afirma que a categoria já voltou à ativa e aguarda agora que o governo cumpra sua parte no acordo. Segundo ele, se não houver diálogo a paralisação será retomada.
“Eles não gostam muito de conversar. Mas a gente fez questão de fazer o acordo no Tribunal, porque a gente entende que a Dataprev será obrigada a cumprir essa agenda. Caso a Dataprev não cumpra com sua promessa de tentar alocar essas pessoas, o movimento está forte e a gente pode voltar a qualquer momento à paralisação. Espero que a gente não tenha que chegar de novo a esse extremo.”
Os quase 500 trabalhadores que seriam demitidos representam 15% da força de trabalho da empresa. O movimento dos servidores vê no fechamento das unidades regionais um processo de desmonte da empresa para justificar a privatização. No entanto, o governo nega que o encerramento das atividades nos estados tenha relação com o processo de venda.
A Dataprev processa cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários por mês e é responsável pela segurança dos dados da previdência no Brasil. São R$ 50 bilhões em benefícios do INSS, o que representa R$ 555 bilhões por ano.
Além disso, a empresa cuida dos bancos de dados do seguro desemprego, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Cadastro Nacional de Informações Sociais, do Sistema de Benefícios do INSS e da Intermediação de Mão de Obra e do Cadastro Brasileiro de Ocupação.
Fonte: Brasil de Fato
Texto: Nara Lacerda
Data original da publicação: 05/02/2020