O teletrabalho e o trabalho remoto utilizando as tecnologias da informação vivem uma tendência de alta no mundo, principalmente para fomentar um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a laboral, mas sua implementação ainda varia consideravelmente, já que o mesmo vai de 2% a 40% dependendo do país.
Esta revelação foi apresentada na quarta-feira (15/02) no novo relatório “Trabalhar a qualquer hora, em qualquer lugar: Efeitos sobre o mundo do trabalho” da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Eurofound.
O estudo traz uma pesquisa efetuada em 15 países: Brasil, Alemanha, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Hungria, Itália, Holanda, Suécia, Reino Unido, Argentina, Estados Unidos, Índia e Japão.
O relatório conclui que o teletrabalho, embora seja um “fenômeno que está em alta” e já beneficia até um terço dos empregados em alguns dos países analisados, “não é ainda uma prática generalizada”.
O percentual de empregados que exercem o teletrabalho e o trabalho à distância varia de 20% em média nos EUA, 19% na economia formal da Índia e 16% no Japão, para apenas 2% na Argentina.
No caso do Brasil, não há dados concretos, mas os serviços de telemídia dobraram na última década e alcançaram 1% do emprego formal antes da crise econômica.
Na UE, uma média de 17% dos empregados efetuam o teletrabalho, um método que os países escandinavos lideram e são seguidos, a certa distância, por Bélgica, França, Holanda e o Reino Unido
Por outro lado, quatro dos países europeus estudados estão abaixo da média: Alemanha, Hungria, Itália e Espanha.
O teletrabalho aumentou desde o princípio do Século XXI, mas com diferenças consideráveis nos países.
Nos EUA, 37% dos empregados indicaram em 2015 que trabalhavam a distância ou de casa, contra 30% de uma década atrás.
Na Europa, a proporção de trabalhadores que utiliza este método passou de 7% em 2007 na França, para 12,4% em 2012, enquanto na Suécia este número subiu de 36% em 2003 para 51% em 2014.
No entanto, sua penetração é muito baixa em outros países e a expansão do teletrabalho foi inclusive interrompida em alguns Estados nos últimos anos, como é o caso da Hungria.
Na maioria dos países, um percentual importante de empregados efetua ocasionalmente, e não de maneira regular, o teletrabalho, e esta prática é mais comum entre profissionais qualificados, frequentemente em posições de direção, e entre trabalhadores comerciais e autônomos.
Quanto ao gênero, os homens recorrem mais a este tipo de regras trabalhistas (54%) do que as mulheres (36%), mas estas o fazem de maneira mais regular de casa do que os primeiros.
Entre as vantagens que o teletrabalho oferece estão: maior flexibilidade na hora de organizar o trabalho, maior autonomia e produtividade, menos tempo perdido para chegar ao trabalho e um melhor equilíbrio entre a vida privada e a profissional.
No outro lado da balança se destacam a tendência a trabalhar mais horas, interferências entre o trabalho e a vida privada, o isolamento e uma intensificação do trabalho
Segundo o relatório, o percentual de estresse e de transtornos do sono que os profissionais que estão permanentemente conectados sofrem é duas vezes maior que o daqueles que trabalham nos escritórios das empresas.
“O uso das tecnologias modernas da comunicação contribui para conciliar melhor a vida profissional e pessoal mas, ao mesmo tempo, confunde os limites entre trabalho e vida privada”, advertiu o coautor do relatório, Jon Messenger, da OIT.
Por isso, o relatório defende como solução um limite de dois a três dias por semana para o trabalho à distância e o “direito ao desligamento”, ou seja, o direito de ficar ‘offline’, sem atender telefonemas e responder e-mails profissionais fora do horário de trabalho.
Fonte: Terra
Data original da publicação: 15/02/2017