Fairwork Brasil 2023: pesquisa avalia condições de trabalho por plataformas no Brasil

Fotografia: Pixabay

O relatório Fairwork Brasil de 2023, lançado nesta terça-feira, dia 25, mostra as pontuações das plataformas em critérios de trabalho decente na segunda rodada da pesquisa no país. O documento também destaca o contexto da economia de plataformas no Brasil, em especial a regulação do trabalho por plataformas e a relação de forças entre contratantes e contratados.

O Fairwork é um projeto sediado no Oxford Internet Institute e no WZB Berlin Social Science Center, presente em 38 países e financiado pelo Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) por meio da agência de cooperação Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ). O projeto estuda como as principais empresas da economia de plataformas se relacionam com princípios de trabalho decente. Desta vez, são 10 companhias avaliadas no Brasil: 99, Americanas Entrega Flash, AppJusto, GetNinjas, iFood, Lalamove, Loggi, Parafuzo, Rappi e Uber. No ano passado, o estudo não encontrou evidências de que as seis empresas que faziam parte do escopo do estudo (Uber, iFood, 99, Rappi, UberEats e GetNinjas) cumpriam com a maioria dos critérios de trabalho decente.

Rafael Grohmann, professor de estudos críticos de plataformas da Universidade de Toronto, é um dos coordenadores da pesquisa no Brasil deste ano. Segundo Grohmann, os resultados “evidenciam algumas poucas mudanças positivas na economia de plataformas brasileiras e até pioras no trabalho por plataformas no Brasil”.

O sistema de pontuações é relativo ao período de julho 2022 a julho de 2023, e uma plataforma não pontuar significa que não foram encontradas evidências suficientes de que ela cumpre todos os requisitos para adquirir aquela pontuação. O método envolve pesquisa documental, entrevistas com trabalhadores e reuniões com os gestores das empresas. Quando os gestores das empresas se recusam a conversar com pesquisadores, somente os dois primeiros métodos são levados em conta. Para o pesquisador Grohmann, “os princípios continuam válidos para construir políticas públicas e regulação para o trabalho por plataformas”.

Na seção Brasil do Fairwork 2023, a pesquisa foi coordenada por Rafael Grohmann (Universidade de Toronto), Rodrigo Carelli (UFRJ), Roseli Fígaro (USP), Claudia Nociolini Rebechi (UTFPR) e Julice Salvagni (UFRGS). O documento pode ser consultado neste link.

O que é o Fairwork

Fairwork é um projeto global sediado no Oxford Internet Institute e no WZB Berlin Social Science Center e financiado pelo Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ) por meio da agência de cooperação Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ). Globalmente, o Fairwork colabora de forma próxima com trabalhadores, plataformas, advogados e formuladores de políticas para imaginar e construir um futuro do trabalho mais justo.

A pesquisa no Brasil envolveu equipes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) e Universidade de Toronto.

Mais informações pelo @towards_fairwork.

Fonte: UFRGS
Data original da publicação: 24/07/2023

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