Estudo do Dieese mostra que ramo metalúrgico emprega 36.5 mil trabalhadores com deficiência

O ramo metalúrgico emprega 36.5 mil metalúrgicos com deficiência no País. É o que mostra estudo elaborado pela Subseção do Dieese da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT). Proporcionalmente, as fábricas localizadas no estado do Amazonas são as que mais contratam trabalhadores com deficiência, com 2,19%. Além do Amazonas, as empresas metalúrgicas dos estados do Rio Grande do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Ceará, São Paulo, Bahia e Pernambuco são as que estão acima da média nacional na contratação de trabalhadores com deficiência. O estudo foi feito com dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2011.

Os dados foram apresentados na quinta-feira (8), em reunião da Secretaria de Políticas Sociais da CNM/CUT com dirigentes sindicais de base responsáveis por ações em relação às pessoas com deficiência. Além de mostrar o perfil do trabalhador metalúrgico com deficiência no Brasil, no encontro foi discutido o cumprimento da lei de cotas 8.213, que prevê que empresas que tenham mais de 100 funcionários contratem de 2 a 5% de pessoas com deficiência.

A reunião contou com a participação do secretário de Políticas Sociais da CNM/CUT, Flávio José Fontana de Souza, de Ailton da Silva e Nelson Gonçalves, do Sindicato de Sorocaba, Sebastião de Souza e Flávio Henrique, do Sindicato do ABC, e Valter Luiz, do Sindicato de Salto e coordenador do coletivo de Pessoas com Deficiência da CUT/SP.

Além de discutir mecanismos para que a lei de cotas seja cumprida pelas empresas, os participantes resolveram convocar nova reunião para o dia 23 de outubro, convidando os responsáveis pelo tema nas federações estaduais e interestaduais de metalúrgicos cutistas. O objetivo é o de construir o Coletivo Nacional de Metalúrgicos com Deficiência, para que sejam articuladas ações nacionais focadas no tema.

Subsídio

“O estudo do Dieese é um ótimo subsídio para mapearmos onde trabalham os metalúrgicos com deficiência e nos dá a possibilidade também de debater ações específicas por estado e setor”, disse o secretário de Políticas Sociais da CNM/CUT.

Segundo o levantamento, em 2011, 1,52% dos metalúrgicos possuíam algum tipo de deficiência. Entre as mulheres o percentual é superior, atingindo 1,60% das metalúrgicas. Os tipos mais presentes de deficiência são as físicas e auditivas, sendo que a primeira atinge 0,62% do total de metalúrgicos e metalúrgicas, e a segunda, 0,58%. Em números absolutos, no total quase 15.000 têm deficiência física e 14.000 deficiência auditiva.

Entre os setores, o aeroespacial é o que emprega maior porcentagem de trabalhadores com deficiência, 3,07%, enquanto o naval fica com o menor percentual, apenas 0,76%. O setor de “outros materiais de transporte” tem o maior percentual de trabalhadores com deficiência física, 0,85%, e também o de trabalhadores com deficiência auditiva, junto com o setor eletroeletrônico, 0,10%. O setor automotivo possui a maior participação de trabalhadores com deficiência mental (0,10%) e de reabilitados (0,34%).

Na reunião, os participantes destacaram a taxa de trabalhadores reabilitados, de quase 4.500 trabalhadores. O número mostra que na prática as empresas acabam contratando os trabalhadores lesionados por elas mesmas. Além disso, a maior incidência de deficiências físicas e auditivas se deve ao fato das empresas optarem por contratar trabalhadores com deficiências que consideram “mais leves”.

Veja o estudo completo aqui.

Tabela: Dieese

Fonte: CNM/CUT
Texto: Yolanda Moretto
Data original da publicação: 13/08/013

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