Um novo estudo divulgado na quarta-feira (5) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que o número de trabalhadores migrantes saltou na casa de milhões, deixando alguns países sem “a parte mais produtiva de sua força de trabalho”.
De acordo com a segunda edição do relatório “Estimativas Globais sobre Trabalhadores Migrantes Internacionais”, aproximadamente 164 milhões de pessoas deixaram suas casas em busca de emprego entre 2013 e 2017 – um aumento de 9% desde 2013, quando o número era de 150 milhões.
Desse total, 96 milhões são homens, um aumento de 2%, enquanto 68 milhões são mulheres, uma queda de 2% na comparação 2013.
“Embora números crescentes de mulheres estejam migrando autonomamente em busca de emprego nas últimas duas décadas, a discriminação que frequentemente sofrem por conta de gênero e nacionalidade reduz as oportunidades de emprego nos países de destino, em comparação aos homens”, disse Manuela Tomei, diretora do departamento de Condições de Trabalho e Igualdade, na OTI.
Quase 87% dos trabalhadores migrantes têm entre 25 e 64 anos, o que sugere que alguns países de origem estão perdendo o segmento mais produtivo de sua força de trabalho. Este fator pode afetar negativamente o crescimento econômico destes países.
Uma amostra de trabalhadores migrantes mostra que 23% estão na América do Norte; 23,9% no norte, sul e oeste da Europa; e 13,9% em países árabes.
Outras regiões que hospedam mais de 5% de trabalhadores migrantes incluem leste da Europa, África subsaariana, sudeste da Ásia e o Pacífico, e Ásia central e ocidental. Em comparação, o norte da África hospeda menos de 1%.
Os autores também destacam a importância de coletar dados estatísticos mais abrangentes sobre migração em todos os níveis. A OIT planeja produzir estimativas globais de trabalhadores migrantes internacionais regularmente para informar e contribuir para a implementação do Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular.
Onde migrantes vivem?
Dos 164 milhões de migrantes em todo o mundo, aproximadamente:
· 11,2 milhões, ou 67,9%, vivem em países de renda alta.
· 30,5 milhões, ou 18,6%, vivem em países de renda média-alta.
16,6 milhões, ou 10,1%, vivem em países de renda média-baixa.
5,6 milhões, ou 3,4%, vivem em países de renda baixa.
Destacando que a migração trabalhista internacional é uma prioridade política crescente, Rafael Diez de Medina, diretor do Departamento de Estatística da OIT, afirmou:
“A 20ª Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho endossou recentemente diretrizes específicas sobre como medir melhor a migração trabalhista internacional em todo o mundo”.
“Estamos confiantes que, através disso, países irão produzir dados melhores, logo, haverá uma precisão cada vez maior em estimativas globais”, acrescentou.
Fonte: ONU Brasil
Data original da publicação: 11/12/2018