Eduardo Miguel Schneider
Após cair nos primeiros meses do ano, o número de ocupados aumentou pelo segundo mês consecutivo em junho: foram mais 71 mil trabalhadores nessa condição. Esse crescimento no nível ocupacional foi suficiente para inserir os 22 mil trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho nesse mês e, ainda, diminuir em 48 mil o número de desempregados; que, ainda assim, foi estimado em 2,4 milhões de pessoas no conjunto das sete áreas metropolitanas pesquisadas.
Dada a pequena magnitude da variação no número de desempregados diante do expressivo contingente de trabalhadores nessa condição, a taxa de desemprego no espaço metropolitano brasileiro ficou praticamente estável, ao passar de 11,2% da população economicamente ativa (PEA) em maio para 10,9% em junho.
Também a tendência da taxa de desemprego metropolitana brasileira foi de relativa estabilidade: em junho de 2012 a taxa havia sido de 10,7% da PEA (frente aos 10,9% atuais). Mas essa estabilidade do desemprego metropolitano não se distribuiu homogeneamente nas regiões. Foi sim resultado do aumento do desemprego em Salvador, Belo Horizonte e Recife e da redução ocorrida em Porto Alegre, Fortaleza e no Distrito Federal – em São Paulo, o desemprego manteve relativamente estável.
O gráfico acima mostra o desempenho conjuntural no mês e a tendência nos últimos 12 meses da taxa de desemprego nas sete regiões investigadas.
O rendimento médio real dos ocupados aumentou 0,7% em maio, encerrando o período em R$ 1.608. Também a tendência dos rendimentos reais nos últimos 12 meses foi de crescimento: entre maio de 2012 e de 2013 aumentou 1,4%.
Nos últimos 12 meses, findos em maio de 2013, a massa de rendimentos reais dos ocupados aumentou 1,9%, resultado explicado, principalmente, pela elevação do rendimento médio. A massa de rendimentos dos ocupados é a soma de todos os salários e remunerações que os indivíduos recebem pelo seu trabalho. Portanto, é o volume de recursos que os trabalhadores dispõem para consumo, pagamento de dívidas, etc. Nesse sentido, é um importante indicador de futuro da economia, visto que revela o seu potencial de consumo; sobretudo em uma economia que depende sobremaneira do potencial de desempenho do mercado interno.
Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).