Há 23 anos, o mercado de trabalho não passava por um mês de abril tão negativo. Segundo dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram fechados 97.828 postos de trabalho com carteira assinada no país no mês passado, o pior resultado desde abril de 1992, quando 63.175 vagas formais foram cortadas. Em relação a março último, o recuo foi de 0,24%.
No acumulado de 2015, o saldo entre admitidos e dispensados foi de 137.004 posições — também o desempenho mais desfavorável desde 2002, quando teve início a atual série histórica. O principal responsável pelos números ruins foi o setor industrial, que fechou 53.850 postos de trabalho em abril. Na construção civil e no comércio, o corte foi de 23.048 e 20.882 vagas, respectivamente. O setor de serviços contou com 7.530 trabalhos a menos.
Para Rodolfo Peres Torelly, ex-diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, os dados foram mais preocupantes do que se esperava. “Abril é um mês que, tradicionalmente, gera empregos. Desta vez, até o setor de serviços perdeu vagas, e só a agricultura se salvou, por conta da estação. Além disso, quando a indústria cai dessa forma, ela puxa diversos outros segmentos que dependem dela”, explicou.
Fonte: Diário de Pernambuco, com Estado de Minas
Data original da publicação: 23/05/2015