A Organização Internacional do Trabalho, OIT, avaliou as condições de trabalho para jovens de oito países da África Subsaariana. A pesquisa revelou que um emprego estável e bem pago é praticamente um “sonho impossível” para muitos da região.
Foi avaliada a situação no Benin, Libéria, Madagáscar, Malauí, Tanzânia, Togo, Uganda e Zâmbia. Em média, mais de 50% das mulheres e homens entre 15 e 29 anos estão a trabalhar, mas a qualidade de emprego geralmente é baixa.
Qualificação
Segundo a OIT, os jovens com menor nível de escolaridade são os que aceitam menores salários ou optam pelo autoemprego. O desemprego entre os que têm curso universitário é uma preocupação crescente, afirma a agência da ONU.
Isto ocorre porque a quantidade de jovens qualificados é maior do que a capacidade em se criar empregos com o nível profissional que estas pessoas procuram.
O relatório afirma que as empresas querem contratar profissionais com ensino superior, mas ao mesmo tempo, ficam relutantes em empregar recém-licenciados. A decisão é justificada pela falta de experiência de trabalho dos jovens.
Contratos
A OIT diz que enquanto o índice de desemprego é maior entre quem tem maior nível de escolaridade, o resultado da pesquisa mostra que investimento em educação traz um retorno positivo aos jovens em termos de salário e acesso a melhores trabalhos.
Sete a cada 10 jovens são autoempregados e entre os trabalhadores assalariados, poucos são cobertos por um contrato, quase metade dos trabalhos são temporários e menos de um quinto dos jovens recebe licença médica ou férias remuneradas.
A OIT afirma que a África Subsaariana precisa de uma estratégia para melhorar o mercado de trabalho. As ações devem incluir políticas macroeconômicas para promover o crescimento do emprego, em especial no setor agrícola, garantia de direitos e promoção do trabalho decente.
Fonte: Rádio ONU
Texto: Leda Letra
Data original da publicação: 12/03/2014