Em junho, declínio da ocupação na maior parte das áreas metropolitanas pesquisadas

Eduardo Miguel Schneider

Em junho, a ocupação ainda apresentou declínio na maior parte das áreas metropolitanas pesquisadas. Houve retração ocupacional nas regiões metropolitanas de Recife (-1,0%), São Paulo (-0,4%), Fortaleza (-0,2%) e Salvador (-0,1%). De outro modo, ocorreu aumento da ocupação apenas no Distrito Federal (1,0%) e na Região Metropolitana de Porto Alegre (0,1%). A comparação dos últimos resultados ocupacionais com os registrados em igual período do ano anterior confirma essa tendência de redução da ocupação para a maior parte das regiões investigadas, com destaque para a Região Metropolitana de Recife (-4,6%).

Essa inicial frustração na retomada ocupacional sazonalmente esperada para esse período repercute sobre as expectativas dos trabalhadores quanto ao sucesso na busca pelo mercado de trabalho, fazendo diminuir a pressão de novos ingressantes sobre a taxa de desemprego. Dessa sorte, uma trajetória favorável de fraco dinamismo na entrada de pessoas no mercado de trabalho metropolitano determinou relativa estabilidade da taxa de desemprego total na maior parte das áreas pesquisadas. Em junho, a taxa cresceu somente nas regiões metropolitanas de São Paulo e Porto Alegre.

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Contudo, nos últimos 12 meses, a tendência da taxa de desemprego total foi de aumento na maior parte das regiões investigadas – regiões metropolitanas de São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre e Recife. Somente na Região Metropolitana de Salvador a taxa permaneceu relativamente estável.

Em maio, o Rendimento médio real dos ocupados reduziu na maioria das regiões pesquisadas – somente no Distrito Federal e na Região Metropolitana de São Paulo houve aumento. Em termos de valores absolutos, o Distrito Federal registrou o maior rendimento (R$2.710) e Fortaleza o menor (R$1.193). Também a tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses foi de declínio em todas as regiões pesquisadas, com destaque para a diminuição registrada nas regiões metropolitana de Fortaleza (-8,2) e de Porto Alegre (-8,0%).

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Nos últimos 12 meses findos em maio, a massa de rendimentos reais dos ocupados declinou em todas as regiões metropolitanas, como mostra o gráfico abaixo. A diminuição da massa de rendimentos foi ocasionada, em maior medida, pelo declínio nos rendimentos médios reais, que pesou desfavoravelmente sobre todas as regiões. Nas regiões metropolitanas de Recife e Salvador a retração da ocupação concorreu para explicar as suas respectivas reduções na massa de rendimentos.

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Nota

[1] Regiões metropolitanas pesquisadas: Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal.

Eduardo Miguel Schneider é economista, técnico licenciado do Dieese; doutorando em Economia do desenvolvimento no PPGE/UFRGS/Bolsista CNPq.

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