O sindicato que representa a categoria dos eletricitários em Minas Gerais, Sindieletro-MG coproduziu o documentário ‘Dublê de Eletricista’ em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, a Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Piracicaba e o Ministério Público do Trabalho (MPT). O material revela os perigos da precarização do trabalho de eletricistas diante de terceirizações no setor.
Apenas neste ano, seis pessoas morreram vítimas de eletrocução a serviço da Cemig. A categoria ameaça entrar em greve na quarta-feira (25/11) reivindicando, além da campanha salarial, o fim da terceirização na empresa e estabelecimento de concursos públicos.
A narrativa é conduzida através de depoimentos de funcionários da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) que relatam inicialmente as características do trabalho em contato direto com os perigos da rede elétrica. O documentário se aprofunda na questão do treinamento do pessoal, especificamente dos terceirizados.
Marco Aurélio, eletricista, aponta falhas no modelo de trabalho que podem ser fatais. “Eles não têm o treinamento que nós temos, não tem cuidados que nós temos. Tem muitos casos de pessoas que vêm, por exemplo, da construção civil e já está subindo na rede elétrica e correndo risco”, afirma sobre os funcionários terceirizados.
José Henrique, também eletricista, ressalta a precarização que caminha com a terceirização. “A eletricidade pressupõe que as pessoas sejam bem treinadas, e isso não acontece nas empresas terceirizadas”, diz. “As empresas terceirizadas pegam o trabalhador, levam ele para fazer um treinamento que na verdade é muito mais um trabalho de persuasão do instrutor que diz ‘Olha, quando eu trabalhei eu fazia isso e aquilo, você vai fazer, você se vira'”, completa.
Veja o documentário:
Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 21/11/2015