Eduardo Miguel Schneider
Em julho, a ocupação ainda apresentou declínio em três das seis áreas metropolitanas pesquisadas. Houve retração ocupacional nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (-1,4%), São Paulo (-1,1%) e Salvador (-0,7%). De outro modo, ocorreu aumento da ocupação apenas na Região Metropolitana de Recife (1,0%) e, em menor medida, no Distrito Federal (0,3%); na Região Metropolitana de Fortaleza o nível ocupacional permaneceu estável (0,0%). A comparação dos últimos resultados ocupacionais com os registrados em igual período do ano anterior evidencia tendência de redução da ocupação para a maior parte das regiões investigadas, com destaque para a Região Metropolitana de Recife (-3,6%).
A dificuldade na retomada da ocupação metropolitana sazonalmente esperada para meados do ano repercutiu no aumento da taxa de desemprego total. Em julho, seis das quatro regiões pesquisadas sofreram com o aumento de suas taxas de desemprego – em um período do ano em que, sob conjunturas de crescimento econômico, estão em queda. De outra sorte, apenas o Distrito Federal registrou redução na sua taxa de desemprego, determinando alterações no ranking das regiões segundo o nível de desemprego.
Afastando-se os efeitos sazonais, a tendência da taxa de desemprego total nos últimos 12 meses foi de crescimento em todas as cinco regiões metropolitanas com informações disponíveis. O aumento mais pronunciado ocorreu na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde a taxa saltou de 5,7% para 9,4%.
Em junho, o rendimento médio real dos ocupados reduziu na maioria das regiões pesquisadas – somente na Região Metropolitana do Recife houve aumento. Em termos de valores absolutos, o Distrito Federal registrou o maior rendimento (R$2.718) e Fortaleza o menor (R$1.168). Também a tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses foi de declínio em todas as regiões pesquisadas, com destaque para a forte retração experimentada pela Região Metropolitana de Fortaleza (-11,4%).
Nos últimos 12 meses findos em junho, a massa de rendimentos reais dos ocupados declinou em todas as regiões metropolitanas, como mostra o gráfico abaixo. A diminuição da massa de rendimentos foi ocasionada, tanto pelo declínio nos rendimentos médios reais ocorrido em todas as regiões, quanto pela retração na ocupação, que só cresceu e incidiu favoravelmente sobre a massa de rendimentos na Região Metropolitana de Porto Alegre – de modo que tenha observado a menor retração da massa entre as regiões.
Nota
[1] Regiões metropolitanas pesquisadas: Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal.Eduardo Miguel Schneider é economista, técnico licenciado do Dieese; doutorando em Economia do desenvolvimento no PPGE/UFRGS/Bolsista CNPq.