A taxa de desemprego no Brasil recuou 0,7 ponto percentual (de 12,5% para 11,8%) no trimestre encerrado em julho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a quarta queda consecutiva, atingindo o menor patamar desde dezembro de 2018. Apesar da queda, o número de trabalhadores que seguem em busca de um trabalho ainda soma 12,6 milhões de pessoas no Brasil.
Segundo o IBGE, o número de ocupados subiu 1,2 milhão puxado principalmente pelo aumento do trabalho informal. No entanto, o total de trabalhadores do setor privado sem carteira de trabalho assinada atingiu 11,7 milhões de pessoas, o maior contingente da série histórica iniciada em 2012.
A quantidade de trabalhadores por conta própria também atingiu o maior patamar da série: 24,2 milhões de pessoas —alta de 1,4% na comparação com o trimestre anterior (fevereiro a abril de 2019), significando mais 343 mil pessoas neste contingente. Em relação ao ano anterior, o indicador também apresentou elevação (5,2%), um adicional estimado de 1,2 milhão de pessoas. “Desde o início da crise econômica a inserção por conta própria vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal. Um dos sinais de recuperação do mercado de trabalho, dada experiências em crises anteriores, é a redução desta forma de inserção, que atingiu o nível mais alto neste trimestre”, segundo explicou o gerente da PNAD Contínua, Cimar Azeredo.
Para trimestres encerrados em julho, a taxa de desocupação é a mais baixa desde 2016.
A taxa de desempregados ficou estatisticamente estável em relação ao mesmo período de 2018. Na comparação de fevereiro a abril de 2019, houve recuo de 0,6 ponto percentual e 0,5 ponto percentual na comparação com o mesmo trimestre de 2018. Em dezembro de 2018, o desemprego foi de 11,6%.
Já a população ocupada (pessoas com trabalho no período analisado pelo IBGE) totalizou 93,6 milhões de pessoas, a maior da série e em alta em ambas as comparações, com elevação de 1,3% sobre o trimestre anterior (findo em abril) e de 2,4% frente a um ano antes.
Na quinta-feira, o IBGE divulgou o crescimento de 0,4% do do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao primeiro trimestre do ano. O avanço das atividades econômicas fez com que país escapasse da recessão técnica. Apesar do avanço no PIB, puxado pelos ganhos de ganhos da indústria (0,7%) e dos serviços (0,3%), o consumo das famílias avançou apenas 0,3%.
Fonte: El País Brasil
Texto: Heloísa Negrão
Data original da publicação: 31/08/2019