A fila do desemprego no Brasil diminuiu no início deste ano. A taxa de desocupação no país ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 0,8 ponto percentual. Já na comparação ao trimestre encerrado em outubro, o recuo foi de 0,4 ponto percentual.
A melhora gradual no mercado de trabalho foi impulsionada, no entanto, pela diminuição do número de pessoas procurando trabalho e também pelas contratações temporárias nos últimos meses do ano passado. O grupo de pessoas consideradas fora da força de trabalho, que já não têm interesse em buscar emprego e nem estão trabalhando, avançou 1,3%, atingindo um novo recorde de 65,7 milhões de pessoas.
“Essa interrupção na procura de trabalho foi decisiva. A inatividade cresceu mais que a própria força de trabalho e ocupação. Isso explica o movimento da taxa [de desemprego]”, disse a gerente da pesquisa, Adriana Beringuy, que ressaltou que o movimento dos que desistem de procurar um posto de trabalho é comum em janeiro, já que é um mês de férias escolares.
Informalidade cai e cresce emprego com carteira assinada
Os dados divulgados pelo IBGE mostram dados mais alentadores para o mercado formal de trabalho. O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) cresceu 1,5% em relação ao trimestre terminado em outubro e chegou a 33,7 milhões. Com mais carteiras assinadas e menos gente procurando emprego, a taxa de informalidade recuou no país e atingiu 40,7% da população ocupada, representando um contingente de 38,3 milhões de trabalhadores informais.
O número de trabalhadores por conta própria chegou a 24,6 milhões de pessoas e ficou estável em relação ao trimestre anterior. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 3,1% (mais 745 mil pessoas). Já a população subutilizada, que trabalha menos do que gostaria, caiu 2,7% ante o trimestre encerrado em outubro, e 3,4% na comparação anual.
O rendimento médio do brasileiro ficou, no entanto, praticamente estagnado. A renda média real do trabalhador foi de 2.361 reais no trimestre encerrado em janeiro contra os 2.317 reais do trimestre encerrado em outubro, segundo o IBGE.
Fonte: El País Brasil
Texto: Heloísa Mendonça
Data original da publicação: 28/02/2020