A taxa de desemprego no mercado de trabalho brasileiro chegou a 11,2% no trimestre fechado em janeiro, queda de 0,9 ponto percentual ante o período anterior e o menor patamar para o período desde 2016, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ao mesmo tempo, o total de pessoas desocupadas caiu 6,6% na mesma base comparativa, embora o total ainda impressione: 12 milhões de pessoas estavam sem ocupação no país durante o período de análise.
No comparativo com o mesmo período do ano anterior, a queda no percentual de desocupados é de 18,3%, o que representa 2,7 milhões de pessoas a menos em busca de trabalho.
Cerca de 95,4 milhões de pessoas estavam trabalhando durante o período, alta de 1,6% ante o período imediatamente anterior, enquanto o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 55,3%, mais 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior.
Segundo o IBGE, os dados foram diretamente afetados pela melhora do setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que contratou 2,4% a mais (ou 436 mil pessoas) no período.
Outros segmentos que contrataram mais foram Alojamento e alimentação (4,1%, ou mais 206 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (2,1%, ou mais 239 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,8%, ou mais 282 mil pessoas) e Outros serviços (6,8%, ou mais 310 mil pessoas). Os demais grupamentos ficaram estáveis.
Rendimento real do trabalhador cai 9,7% frente a 2021
Ainda segundo os dados do IBGE, o rendimento médio real do trabalhador brasileiro caiu 1,1% no trimestre fechado em janeiro no comparativo com o período imediatamente anterior. Em relação a 2021, a queda foi ainda maior, de 9,7%, O valor médio ficou em R$ 2.489.
Conforme a pesquisa, nenhuma categoria apresentou melhora na rentabilidade: na indústria, houve queda de 4,1%, ou menos R$ 102), mesmo com alta na ocupação com empregos com carteira.
Também houve diminuição no setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: queda de 2,1%, ou menos R$ 76.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) foi de 34,6 milhões de pessoas, uma alta de 2% contra o trimestre anterior, o que representa mais 681 mil pessoas com emprego que garante os direitos trabalhistas.
Na comparação com 2021, o crescimento é de 9,3% (ou mais 2,9 milhões de ocupados com carteira), com influência do comércio, da indústria e do setor de alojamento e alimentação.
Também houve crescimento no total de empregados no setor privado que não possuem carteira registrada: 12,4 milhões de pessoas, um aumento de 3,6% ou 427 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a alta é de 19,8% ou mais 2 milhões de pessoas.
Por outro lado, o mês de janeiro registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais (40,4% da população ocupada), taxa menor que a do trimestre anterior (40,7%) e maior que o mesmo período do ano passado (39,2%).
Já o número de trabalhadores por conta própria ficou estável na comparação com o trimestre anterior, mas subiu 10,3% no ano e chegou a 25,6 milhões de pessoas, enquanto o número de trabalhadores domésticos foi de 5,6 milhões de pessoas – estável no confronto entre períodos, mas 19,9% maior que no período do ano anterior.
Fonte: GGN, com alterações
Data original da publicação: 18/03/2022