Eduardo Miguel Schneider
Em janeiro, houve pequena retração no número de trabalhadores ocupados (68 mil trabalhadores a menos na condição de ocupados), desempenho esse esperado para essa época do ano. Porém, esse movimento negativo foi parcialmente compensado pela saída de 31 mil trabalhadores do mercado de trabalho. Desse modo, o número de desempregados somou mais 37 mil indivíduos no último mês e passou a totalizar quase 2 milhões de pessoas nas regiões metropolitanas pesquisadas.
Assim, a taxa de desemprego total permaneceu relativamente estável em janeiro. No conjunto das regiões pesquisadas, a taxa passou de 9,3% da População Economicamente Ativa (PEA) em dezembro para 9,5% em janeiro. Contudo, a tendência da taxa de desemprego metropolitana brasileira nos últimos 12 meses foi de retração; em janeiro do ano anterior ela havia sido de 9,9% da PEA. Essa retração reflete a diminuição do desemprego ocorrida em quase todas as seis regiões metropolitanas pesquisadas. A única exceção foi a Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde registrou pequeno aumento.
Frente ao mês anterior, o rendimento médio real dos ocupados permaneceu relativamente estável em dezembro de 2013 e encerrou o período em R$ 1.661. Já nos últimos 12 meses a tendência é positiva: entre dezembro de 2012 e de 2013 o rendimento médio real dos ocupados aumentou 1,8%.
A massa de rendimentos dos ocupados é a soma de todos os salários e remunerações que os indivíduos recebem pelo seu trabalho. Portanto, é o volume de recursos que os trabalhadores dispõem para consumo, pagamento de dívidas, etc. Nesse sentido, é um importante indicador de futuro da economia, visto que revela o seu potencial de consumo. Nos últimos 12 meses, findos em dezembro de 2013, a massa de rendimentos reais dos ocupados ampliou-se em 2,5%, como resultado de crescimentos do nível de ocupação e dos rendimentos médios reais.
Mais informações: https://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html
Nota
[*] As áreas pesquisadas são as Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo.Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).