O Brasil registrou 43.820 novas vagas de trabalho com carteira assinada, no mês de julho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apesar de ser o quarto mês consecutivo de criação de postos formais, o diretor técnico do Dieese Clemente Ganz Lúcio alerta que os números são insuficientes para uma trajetória sustentável de recuperação do emprego a longo prazo.
O crescimento de vagas em relação a junho foi de apenas 0,11%. Ao todo, são quase 460 mil postos de trabalhos criados no ano, sendo a maioria no setor de serviços, seguido da agricultura e construção civil. O Dieese aponta que o movimento é positivo, se compararmos com o longo período de fechamentos de vagas, mas dentro de uma dinâmica lenta e fraca.
“Não é suficiente essa geração de postos formais com o contingente que chega ao mercado de trabalho. Dentro dessa dinâmica, para reocupar os 13 milhões de desempregados, demoraríamos mais de 13 anos. Ainda está longe do mínimo de geração de empregos”, afirmou ele em sua participação na Rádio Brasil Atual.
Segundo o Ministério da Economia, foram registradas 12.121 admissões e 6.575 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente em julho deste ano. Como o total de admissões nessa modalidade foi maior que o de demissões, houve um saldo positivo de 5.546 empregos no período.
Clemente lembra que a reforma trabalhista trouxe uma série de contratações frágeis e precárias. “Com o regime intermitente, por exemplo, o trabalhador se registra numa empresa, mas só trabalha as horas nas quais é demandado. Se durante um mês ele trabalhar dez horas, só receberá por esse tempo. Isso é ruim, é um vínculo frágil, pois se a contribuição dele for inferior a de um salário mínimo, o tempo dele na empresa não contará para aposentadoria”, criticou.
Ouça a entrevista na Rádio Brasil Atual:
Fonte: RBA
Data original da publicação: 26/08/2019