Com maior procura e sem vagas, desemprego medido pela Pnad sobe

Com estagnação na oferta de vagas e procura crescente por trabalho, a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua foi a 8,7% no trimestre encerrado em agosto e atingiu o maior nível desde o início da série, em 2012. Em igual período de 2014, a taxa estava em 6,9%. O resultado foi divulgado na quinta-feira (29/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de desempregados no país foi estimado em 8,804 milhões, 2,008 milhões a mais em relação a igual período do ano passado, um crescimento de 29,6%.

Nessa mesma base de comparação, a força de trabalho cresceu 2,2%, com 2,197 milhões de pessoas a mais. Enquanto isso, o mercado praticamente não criou vagas: a variação foi de 0,2%, o correspondente a 189 mil, chegando a um número estimado de 92,128 mlhões de ocupados. A combinação de maior procura por emprego e quase nenhuma oferta resultou no aumento da taxa.

Também o emprego formal mostra tendência negativa. O número de empregados no setor privado com carteira assinada, estimado em 35,539 milhões, caiu 1,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior (menos 425 mil) e 3% na comparação com igual período do ano passado (menos 1,089 milhão).

Entre os setores, igualmente na comparação com 2014, registraram queda a indústria (-3,5%, ou 472 mil ocupados a menos) e a construção (-2,9%, ou menos 222 mil). Tiveram alta transporte, armazenagem e correio (3,8%, ou mais 158 mil) e alojamento/alimentação (4,6%, mais 191 mil). Os demais tiveram comportamento considerado estável.

O rendimento médio (R$ 1.882), recuou 1,1% no trimestre e teve variação considerada estável em relação a 2014. A massa de rendimentos (estimada em R$ 167,8 bilhões) teve o mesmo comportamento.

A partir do ano que vem, a Pnad Contínua – divulgada com base em trimestres móveis – será a referência do IBGE para informações sobre mercado de trabalho. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), feita desde 2002, será finalizada, com a última coleta de dados sendo realizada em fevereiro, para divulgação no mês seguinte. A PME tem como base seis regiões metropolitanas, enquanto a Pnad é de abrangência nacional.

Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 29/10/2015

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