O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou na segunda-feira (10) ter aberto uma investigação para averiguar as centenas de casos de operários estrangeiros que trabalharam nas obras para os Jogos de Inverno de Sochi e não foram pagos. O objetivo é pressionar a Rússia a resolver a situação.
O porta-voz do COI, Mark Adams, disse que o comitê se encontrou com defensores de direitos humanos, de quem recebeu uma “lista completa” de 200 trabalhadores estrangeiros que não receberam remuneração após a realização de obras para construtoras russas.
“A partir disso, nós abrimos uma investigação aprofundada”, declarou Adams à imprensa em Sochi, onde acontecem os Jogos. “Eu acho que eles [russos] investigaram 500 empresas. Todas estariam envolvidas nas construções e eles puderam identificá-las. A continuidade deste processo está em andamento, ainda não acabou”, explicou.
Ex-repúblicas soviéticas
As obras de infraestrutura para as Olimpíadas de Inverno contaram com a participação de milhares de trabalhadores vindos de ex-repúblicas soviéticas, como o Uzbequistão e o Quirguistão. Sochi fica entre o Mar Negro e as montanhas do Cáucaso, e não tinha praticamente nada construído para o evento.
O porta-voz destacou que o comitê aguarda documentos das autoridades russas para acelerar o inquérito, apesar dos avanços até agora. “Nós podemos dizer com certeza que as autoridades russas estão cuidando de diversos casos de pessoas que não foram pagas. Muitas empresas foram investigadas e várias foram condenadas a pagar multas”, lembra Adams.
De acordo com a ONG Human Rights Watch, os imigrantes que trabalharam na organização dos Jogos também foram vítimas de outros abusos como “terem os passaportes confiscados e serem forçados a trabalhar 12 horas por dia”.
Fonte: RFI
Data original da publicação: 10/02/2014