Um estudo revelado há poucos dias pela CEPAL (Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe) sobre a projeção do crescimento econômico para os países da América Latina mostrou notícias muito ruins para o Brasil e para o governo do presidente Jair Bolsonaro – e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo a entidade ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), a economia brasileira será a de menor crescimento da região em 2022, com uma estimativa de um balanço final do ano de apenas 0,4%.
O estudo projeta ainda que a média do crescimento em toda a região neste ano deverá ser de 1,8%. Considerando apenas a América do Sul, esse crescimento seria ainda menor, de 1,5%, e teria Brasil e Paraguai como os dois principais responsáveis por puxar essa estatística para baixo, por serem os dois únicos com previsão de crescimento abaixo de 1% – no caso paraguaio, também governado pela direita (Abdo Benítez), o crescimento projetado seria de 0,7%.
Outro fator de grande surpresa é o surgimento da Venezuela como líder desse ranking, com uma previsão de crescimento de 5,0%. Segundo a CEPAL, o país se aproveita de uma boa reação do governo à pandemia de covid-19, e de medidas econômicas que tem conseguido superar a hiperinflação, além de se aproveitar da alça no preço do barril de petróleo em função da guerra entre Rússia e Ucrânia – esta última é considerada a variável mais importante para este possível alto desempenho da economia venezuelana.
O pódio sul-americano seria completado por dois países governados pela direita. Em segundo lugar aparece a Colômbia, do presidente Iván Duque, que teria um crescimento de 4,8%, enquanto o Uruguai, governado por Luis Lacalle Pou, ficaria em terceiro, com uma taxa de 3,9%.
Porém, o quarto e quinto lugares seriam de governos progressistas, que configuraram uma maioria na parte alta do ranking: a Bolívia de Luis Arce tem previsão de crescimento de 3,5%, enquanto a Argentina de Alberto Fernández deve crescer 3,0%.
O ranking sul-americano é completado pelo Equador (Guillermo Lasso, de direita), com previsão de crescimento de 2,7%, pelo Peru (Pedro Castillo, de esquerda), que deve crescer 2,5%, e pelo Chile (Gabriel Boric, de esqueda), cuja taxa prevista é de 1,5%.
Tomando em conta toda a América Latina, vale destacar países como Cuba (crescimento previsto de 3,4%) e Nicarágua (2,5%), que aparecem melhor que o Brasil apesar das sanções econômicas que enfrentam.
O México do socialista López Obrador tem crescimento previsto em 2022 de 1,7% segundo o estudo, e até do Haiti consegue se destacar, ao fugir da última colocação, já que supera o Brasil de Bolsonaro, com um crescimento estimado em 0,6%.
Fonte: GGN
Texto: Victor Farinelli
Data original da publicação: 03/05/2022
Confesso que não conhecia. Interessante mesmo.