Representantes das centrais sindicais, que se reuniram na quinta-feira (12/02) na sede do Dieese, em São Paulo, confirmaram para 2 e 18 de março uma “jornada de lutas” contra as medidas provisórias (MPs) 664 e 665, que dificultam o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. A marcha prevista para o próximo dia 26 foi cancelada.
No dia 2, uma segunda-feira, os protestos serão realizados diante das superintendências regionais do Ministério do Trabalho e Emprego, nas capitais. “Serão atividades para chamar a atenção da sociedade e mostrar que naquela data começa a vigorar a legislação que prejudica trabalhadores desempregados. É também uma maneira de chamar a atenção do governo para esse prejuízo”, lembra o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Entre outros itens, a MP 665, com parte dos efeitos válida 60 dias após sua edição (em 30 de dezembro), aumenta de seis para 18 meses o tempo mínimo para um desempregado requerer pela primeira vez o seguro-desemprego.
As centrais pretendem continuar atentas à movimentação das MPs no Congresso, além de outros projetos, como o PL 4.330, sobre terceirização, que acaba de ser desarquivado. Em 18 de março, uma manifestação será organizada diante do Parlamento.
Mas a agenda trabalhista inclui outros itens. “Nós conseguimos abrir uma agenda de negociação com o governo sobre três temas importantes: indústria, medidas provisórias e Plano Plurianual (PPA)”, lembra o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, em entrevista ao portal da entidade. “A indústria está no centro das nossas preocupações agora, pelo seu enfraquecimento e as consequentes possibilidades de demissões. Quanto às MPs, nós queremos alterar significativamente o seu conteúdo, que atinge diretamente os trabalhadores, em especial os mais frágeis. E discutir as metas do governo no plano plurianual é importante para sabermos como está sendo traçado o futuro do país.”
Para ele, a ampliação da pauta é consequência da manifestação de 28 de janeiro em várias capitais, em defesa do emprego e de manutenção de direitos sociais. “Se as ruas estiverem indiferentes à negociação, ela não vai andar”, diz Nobre.
Participaram da reunião dirigentes da CSB, CTB, CUT, Força, Nova Central e UGT.
Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 12/02/2015