Quatro centrais sindicais (CTB, CUT, Força e UGT) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançaram a proposta de um “vale-transporte social” para desempregados e definiram um calendário de atividades neste primeiro semestre. O pré-candidato ao governo estadual Fernando Haddad (PT) participou do evento, no município de Hortolândia, interior paulista.
Haddad lembrou de seu período como ministro da Educação (maio de 2005 a janeiro de 2012) e de programas como o Pnae (alimentação escolar) e o PAA (aquisição de alimentos), para acrescentar que o atual governo recolocou o país no chamado Mapa da Fome. “O que está em jogo (na eleição de outubro) é se nós vamos permanecer nesse estado de coisas vergonhoso ou se vamos recolocar o Brasil no mapa da educação, da saúde”, afirmou.
Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, “este é o pior momento para a classe trabalhadora brasileira”, o que exige ações imediatas para amenizar o “desmonte” das políticas de proteção social, uma “tragédia” que tem sido promovida pela extrema direita. “Claro que a saída é derrotar o governo Bolsonaro. (Mas) não dá para esperar até outubro. Nosso papel, agora, é solidariedade.”
Pressão sobre o poder público
Assim, uma “pauta essencial” é o chamado vale-transporte social. Além do debate sobre mobilidade urbana, o presidente da CUT observou que o custo das famílias com transporte coletivo vem superando os gastos com alimentação. E grande parte da força de trabalho brasileira tem se deslocado a pé, o que também impede a busca por uma nova ocupação. “O desempregado não consegue se locomover para procurar trabalho. Esta deve ser uma luta permanente das centrais sindicais de negociação e pressão sobre o poder público”, afirmou Sérgio. É preciso também dialogar com a população, lembrou, citando os comitês de mobilização.
“Entre os usuários de transporte público, apenas 20% são beneficiários de gratuidades e oito em cada 10 (83%) passageiros, ou seja, 56 milhões de por dia, usam ônibus. As seguidas altas dos combustíveis impostas pelo governo federal só pioram a situação do trabalhador e daqueles que precisam procurar emprego”, informa ainda a central.
Além de Sérgio, participaram do evento os presidentes da Força, Miguel Torres, e da UGT, Ricardo Patah. Pelo MST, Gilmar Mauro alertou para as dificuldades do processo eleitoral. “Não pensem que vai ser uma coisa fácil. Vai ser uma guerra eleger o Haddad, vai ser uma guerra tomar posse e subir a rampa do Palácio do Planalto. (…) É preciso romper a nossa bolha. É preciso ter força social e política.”
O calendário inclui a Conclat (conferência da classe trabalhadora), marcada para 7 de abril. E prossegue com atividades no dia 13 (contra a fome e a carestia), 1º de Maio (Dia do Trabalhador) e dia 6 (pelo transporte social). Confira íntegra do encontro:
Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 14/03/2022