As oito principais centrais do Brasil – CGTB, CTB, CSB, CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Intersindical e Nova Central – e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo saem às ruas de todo na sexta-feira (22) em defesa das aposentadorias dos brasileiros. Esse protesto contra a “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro é um “esquenta” para a greve geral, caso a proposta que prejudica trabalhadores e aposentados seja levada adiante.
Em São Paulo, o ato contra a reforma está marcado para ocorrer a partir das 17h horas, na Avenida Paulista, em frente Masp. Pelo menos outras cinco cidades também realizarão protestos (confira abaixo a programação).
“O governo não está atacando somente a aposentadoria. A proposta de Bolsonaro ataca também direitos sociais e previdenciários garantidos pela Constituição. E ainda propõe a redução do valor dos benefícios de viúvas e órfãos, que acumulam benefícios”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas.
O projeto pretende aumentar a idade mínima de aposentadoria para 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, além de criar um sistema de capitalização privada para a população financiar a própria aposentadoria. A proposta inclui ainda um tempo mínimo de contribuição de 20 anos ao INSS.
Quem alcançar esse tempo mínimo terá o valor da aposentadoria correspondente a 60% da sua média salarial durante esse período. O valor aumenta 2% a cada ano que contribuir além do mínimo necessário. Se tiver 25 anos de contribuição, terá direito a 70% da média. Para ter direito a 100%, será preciso contribuir por 40 anos.
Freitas classifica a proposta do governo Bolsonaro de “maior retrocesso da história” para os trabalhadores brasileiros, pior até que a chamada “reforma” trabalhista do governo Temer, que em vez de criar empregos, como prometido à época, não só não reduziu o desemprego, como as escassas vagas criadas se deram na informalidade, sem os devidos direitos.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, que integra a Frente Povo Sem Medo, afirma que haverá protestos em todo o país para rechaçar às mudanças na Previdência que, segundo ele, “destroem” o sistema das aposentadorias do país.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC), que hoje garante um salário mínimo, a partir dos 65 anos, para aqueles com renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo, com as novas regras, vai pagar apenas R$ 400 aos idosos dos 60 aos 70 anos. O salário mínimo só seria garantido a partir dos 70 anos.
“Agora, novamente, devemos nos unir e ir às ruas mostrar nossa força e impedir mais uma vez que nossos direitos sejam retirados”, diz o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Ele e Freitas lembram da campanha bem-sucedida que, em 2017, barrou a proposta de reforma da Previdência do governo Temer. Em 28 de abril daquele ano, uma greve geral parou o país contra as mudanças nas aposentadorias.
“Mais de 45 milhões de trabalhadores em todo o país cruzaram os braços para dizer não à reforma de Temer. A proposta de Bolsonaro é ainda pior que a anterior e, por isso, o dia 22 de março tem que ser ainda maior”, declara o presidente da CUT, que convoca a todos os trabalhadores para participarem das mobilizações.
Fonte: Minha aposentadoria
Data original da publicação: 16/03/2019