Eduardo Miguel Schneider
Diferentemente do no mês anterior, quando a ocupação apresentou declínio em todas as regiões metropolitanas pesquisadas, em abril o nível ocupacional aumentou em duas regiões metropolitanas (Porto Alegre: 2,2% e Fortaleza: 0,6%), permaneceu relativamente estável em outras duas (Distrito Federal: 0,1% e São Paulo: -0,1%) e declinou apenas na Região Metropolitana de Salvador (-1,2%). Afastando os efeitos sazonais, a comparação em relação aos resultados registrados em igual período do ano anterior ainda ratifica tendência de redução da ocupação: constatou-se retração do nível ocupacional em todas as regiões investigadas, com destaque para as regiões metropolitanas de Porto Alegre (-7,3%) e de Fortaleza (-5,8%).
Mas o crescimento ocupacional de abril somente foi suficiente para estancar o aumento da taxa de desemprego total na Região Metropolitana de Porto Alegre. Na demais regiões persistiu o aumento da taxa no último mês, com destaque para a Região Metropolitana de Salvador, onde a taxa atingiu 23,4% da População Economicamente Ativa (PEA).
Também a tendência da taxa de desemprego total nos últimos 12 meses foi de forte crescimento em todas as cinco regiões pesquisadas. Os maiores aumentos ocorreram nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e Fortaleza; justamente as regiões com menores taxas de desemprego.
Em março, o Rendimento médio real dos ocupados declinou em quase todas as regiões metropolitanas. Somente na Região Metropolitana de Porto Alegre os rendimentos aumentaram em termos reais. Também a tendência do rendimento médio real nos últimos 12 meses foi de redução em todas as regiões investigadas, com destaque para a retração real de 11,5% ocorrida na Região Metropolitana de Salvador.
Nos últimos 12 meses findos em março, a massa de rendimentos reais dos ocupados declinou em todas as regiões metropolitanas aqui consideradas. Nessas regiões, a diminuição da massa de rendimentos foi determinada pelo impacto conjunto do declínio nos rendimentos médios reais e na ocupação. Cabe destacar que a maioria das regiões observaram retrações em suas massas de rendimento reais que atingiram dois dígitos.
Mais informações em https://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html.
Nota
[*] Regiões metropolitanas pesquisadas: Fortaleza, Porto Alegre, Salvador, São Paulo e no Distrito Federal.Eduardo Miguel Schneider é economista, técnico licenciado do Dieese; doutorando em Economia do desenvolvimento no PPGE/UFRGS/Bolsista CNPq.