Autora: | Tainá Machado Vargas |
Orientador: | Paula Pinhal de Carlos |
Ano: | 2020 |
Tipo: | Dissertação de Mestrado |
Instituição: | Universidade La Salle. Faculdade de Direito. Programa de Pós-Graduação de Direito. |
Repositório: | Repositório Unilassalle |
Resumo: | A política econômica neoliberal é um fenômeno preocupante à medida que não demonstra apenas versatilidade de autoajuste na economia dos países globais. Ela também age nas relações subjetivas, profissionais e de gênero, alterando o entendimento das classes sociais sobre o valor do seu próprio trabalho. Pensando nisso, a pesquisa realizada no TJRS buscou apresentar a rotina institucional de trabalhadoras terceirizadas no setor de limpeza, asseio e conservação geral, nos quadros da Administração Pública. A escolha de desenvolver o estudo sociológico sobre o tema da terceirização questiona o argumento da “modernização econômica”, usado para sustentar uma governabilidade de reestruturação do Estado sob a condução hegemônica do neoliberalismo na área trabalhista. O problema se agrava quando a Administração Pública passa a optar pelos riscos e prejuízos associados à terceirização como um meio de diminuir custos com os seus trabalhadores, ignorando quebras, prejuízos salariais, demissões, falências etc. Para isso, o problema de pesquisa buscou compreender como a violência econômica neoliberal se sobressai de diferentes formas, inclusive como componente psicológico. Às vezes, impondo exigências e obrigações maiores sobre os corpos e a vida das mulheres de formas não tão perceptíveis, seja no convívio entre espaços públicos e privados. Interrogou-se, portanto, que percepções as múltiplas jornadas de trabalho das mulheres despertam na sociedade e de que maneira geral se articulam em conjunto com a distribuição cultural de maiores atividades de desempenho, de entrega e de resultados (no trabalho produtivo e no reprodutivo). Como metodologia, adotamos o método de entrevistas semiestruturadas, trazendo a narrativa de 13 trabalhadoras terceirizadas. Verificamos se existe, de fato, uma racionalidade neoliberal que, em linhas gerais, opera no sentido de precarizar, adoecer e empobrecer ainda mais as mulheres como alguns de seus maiores ímpetos. A terceirização é definida como um método, uma das amostragens dessa racionalidade, que surge como um potente problema político de justiça, ao estacionar questões de gênero na desigualdade. Os resultados da observação empírica concordaram com a maioria das hipóteses de auto exploração levantadas. 11 categorias de análise diferentes emergiram do campo e foram selecionadas para embasar os principais pressupostos de investigação apresentados. O recorte desse estudo busca encontrar gatilhos para repensarmos a divisão sexual do trabalho, as condições de precarização da mão de obra terceirizada, as desigualdades de gênero e a crise política do cuidado, como problemas de grande fundamento para a democracia. |
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