A saída da União Europeia (UE) custaria ao Reino Unido quase meio milhão de empregos, no pior dos cenários, segundo um estudo encomendado pela prefeitura de Londres e publicado na quinta-feira (10/01).
Caso o país deixe a UE sem um acordo com o bloco, poderá perder 482 mil empregos entre 2019 e 2030, segundo o levantamento da Cambridge Econometrics.
Se o Reino Unido não conseguir negociar um período de transição para a saída, nem um acordo sobre a futura relação comercial, o país perderá US$ 62,9 bilhões em investimentos neste mesmo período.
Perdas humanas e econômicas
O informe compara quatro desfechos para a situação atual – que o governo descarta manter – de permanência no mercado único e na união aduaneira.
Na hipótese mais otimista, o país acertaria um período de transição de dois anos, que levaria à permanência no mercado único, mas sem união aduaneira. Mesmo assim, custaria caro com a perda 176 mil empregos e 20,2 bilhões de libras em investimentos.
O prefeito Sadiq Khan, que fez campanha contra o Brexit no referendo de 2016, disse que as conclusões do estudo demonstram “riscos econômicos e de custo humano potenciais que estão em jogo nas negociações”.
Khan acusou o governo de uma “falta absoluta de preparo” para avaliar o impacto do Brexit, e solicitou que os ministros mudem sua posição negociadora e peçam a permanência no mercado único e na união aduaneira. O governo rechaça essa possibilidade, pois teria que continuar permitindo a livre-circulação de europeus – e um dos seus objetivos é justamente reduzir a imigração.
Um porta-voz do ministério britânico encarregado do Brexit disse que “o Reino Unido quer uma aliança especial com a União Europeia, que inclua uma nova relação econômica e em segurança”.
No pior cenário, segundo a Cambridge Econometrics, a saída do mercado único e da união aduaneira provocaria um verdadeiro abalo na economia com a supressão de quase meio milhão de empregos.
Fonte: Rádio França Internacional
Data original da publicação: 10/01/2018