Há quatro meses, a advogada Sandra Miranda, moradora de Águas Claras (DF), comprou uma camisa pelo site chinês AliExpress. A encomenda chegou na quinta-feira (23/10), junto com um pedido de ajuda. Dentro do pacote, um bilhete escrito em inglês “Sou escravo, me ajude”.
Ao se deparar com o bilhete, Sandra tirou uma foto e enviou para a filha, Raíssa Reis, que mora em São Paulo. A jovem, imediatamente publicou a imagem no Facebook. “Meu coração se aperta e lágrimas descem ao ver que, do outro lado do mundo, neste exato momento, existe alguém sendo escravizado para confeccionar o produto que eu e você compramos. É um sentimento que não tem como descrever”, desabafou a filha.
A plataforma de vendas AliExpress é uma das empresas do grupo Alibaba, que entrou na Bolsa de Nova York em setembro e transformou o fundador, Jack Ma, no homem mais rico da China – com uma fortuna avaliada em US$ 25 bilhões. Procurados pela imprensa, os representantes da AliExpress informaram que irão apurar o caso. “Se um vendedor for encontrado utilizando práticas proibidas de contratação mão de obra, ele será investigado e denunciado às autoridades”, declararam em nota.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, a China não assina os principais acordos de combate às condições de trabalho análogas à escravidão. “É um crime invisível e muito difícil de ser alcançado. O primeiro passo, que a gente não está vendo na China, é a vontade de combater o crime”, declara o coordenador nacional do Programa de Combate ao Trabalho Forçado da OIT Brasil, Luiz Machado.
Fonte: Conexão Sindical
Data original da publicação: 28/10/2014