O programa de cooperação entre o Brasil e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para promover a cooperação Sul-Sul e triangular canalizou mais de 20 milhões de dólares em uma década, principalmente para países da África e da América Latina, afirma relatório apresentado na quarta-feira (10/06) na 104ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra (Suíça).
Este valor inclui 6,8 milhões de dólares de uma nova iniciativa de cooperação horizontal também anunciada em Genebra, num encontro que reuniu o Ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Manoel Dias, e representantes de organizações de empregadores e de trabalhadores do país.
“Nós consideramos o Brasil como um parceiro estratégico para promover o trabalho decente”, disse o Diretor Regional da OIT para a América Latina e o Caribe, José Manuel Salazar, referindo-se ao programa de cooperação que há muitos anos tem abordado questões como trabalho infantil, trabalho forçado, proteção social e migração, entre outros temas considerados prioritários pelos países beneficiários.
O novo projeto para a indústria de algodão, que representa o maior volume de recursos no âmbito do programa Brasil-OIT, “abordará questões que são essenciais para a OIT”, segundo Salazar.
O novo projeto começará com a identificação de países produtores de algodão que tenham interesse em participar da iniciativa. Os países selecionados irão desenvolver planos de trabalho com base nas experiências e conhecimentos que o Brasil e a OIT podem fornecer para ajudar a melhorar as condições de trabalho no setor, incluindo questões essenciais como ações para erradicar o trabalho forçado e o trabalho infantil.
Também haverá uma atenção especial à maneira em que as cadeias de fornecimento global operam, pois este é um tema chave para enfrentar os desafios do trabalho decente na indústria do algodão.
O Ministro Dias afirmou durante a IX Reunião de Revisão do programa de cooperação, realizada na sede da OIT em Genebra, que o Brasil e a OIT conseguiram formar uma “parceria excepcional”. Ele também destacou o interesse do Brasil em “compartilhar boas práticas com outros países em desenvolvimento que enfrentem desafios semelhantes”.
De acordo com um relatório apresentado em Genebra, entre 2005 e 2015 o programa de cooperação Sul-Sul Brasil-OIT administrou US$ 21,3 milhões, incluindo como beneficiários vários países na África e na América Latina, além do Timor Leste.
Fonte: ONU
Data original da publicação: 12/06/2015