O Brasil é o primeiro país a possuir um aplicativo com capacidade de monitorar a sobrecarga térmica dos trabalhadores rurais online em todo o seu território. Esse ganho foi possível com o desenvolvimento do software pela Fundacentro e com o Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a instituição e o Instituto Nacional de Meteorologia – INMET. O software, operado com dados do INMET, estima o IBUTG – Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo.
Totalmente gratuito, o software pode ser acessado permanentemente no site da Fundacentro possibilitando ao usuário avaliar a exposição ao calor do trabalhador e disponibilizando as respectivas medidas de controle. A grande vantagem deste tipo de monitoração remoto é a dispensa do uso de pessoal especializado, de equipamentos caros, além do tempo gasto no deslocamento para realizar medições in loco. A NR-15 (Anexo 3), determina que toda avaliação ambiental seja realizada com os equipamentos exigidos/descritos pela Norma.
“É um ganho para a saúde do trabalhador no campo da prevenção de doenças ao calor intenso”, observa Paulo Alves Maia, tecnologista da Fundacentro de Campinas e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do software. Além disso, o software é de fácil acesso; em poucos minutos pode-se calcular a exposição diária ao calor ou, até mesmo, de período de meses ou de um ano permitindo uma visão panorâmica da situação térmica do local avaliado.
Estudos realizados pela Fundacentro mostram que a sobrecarga térmica pode causar a síncope do calor, o choque térmico, erupções cutâneas, estresse agudo, o câncer de pele, a catarata, a desidratação e as câimbras decorrentes da perda de sais.
Disponibilizado no mês de abril, o software já vem sendo utilizado por pesquisadores, fiscais, peritos e alunos dos cursos de Engenharia de Segurança do Trabalho, com o objetivo de auxiliar na elaboração de teses e dissertações.
De acordo com os tecnologistas Paulo Maia e Alvaro Ruas, ambos da Fundacentro, algumas alterações serão feitas no software com a finalidade de melhorar a sua precisão, além de acrescentar algumas funções voltadas a torná-lo uma ferramenta de pesquisa.
Em dezembro de 2012 foi depositado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), registro do software sobrecarga térmica.
Fonte: Fundacentro
Data original da publicação: 30/04/2014