Clemente Ganz Lúcio
Um bom filme, espetáculo de teatro ou livro são capazes de garantir não apenas diversão, mas também grandes aprendizados. Cada situação, enredo e argumento pode propiciar oportunidades para refletir e desenvolver o conhecimento sobre a complexidade do mundo e das relações sociais.
Entre filmes que valem a pena ser vistos e revistos, há muitos, entre os quais os listados abaixo. São obras que nos recolocam diante de contextos e desafios muito atuais, com bons enredos, ótimas interpretações e pesquisas cuidadosas.
Grande Demais para Quebrar (Too Big to Fail, de Curtis Hanson, 2011, EUA) – retrata os bastidores que desencadearam a grande crise econômica de 2008.
Um Sonho Intenso (de José Mariani, 2013, Brasil) – documentário que trata da trajetória do desenvolvimento econômico e social brasileiro.
O Capital (Le Capital, de Costa-Gravas, 2012, França) – como o capital cria os escravos do sistema.
O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, de Martin Scorsese, 2013, EUA) – trata de rentismo, hipotecas e sistema financeiro.
O Exercício do Poder (L’Exercice de L’Etat, de Pierre Schoeller, 2011, França/Bélgica) – a vida de um político e a luta pelo poder.
Dossiê Jango (de Paulo Henrique Fontenelle, 2012, Brasil) – documentário que resgata fatos da política no Brasil nos anos 1950 e 1960.
Jango (de Silvio Tendler, 1984, Brasil) – documentário sobre Jango Goulart e o golpe de 64.
Getúlio (de João Jardim, 2013, Brasil) – os últimos 20 dias de Getúlio na presidência e as causas do suicídio.
No (de Pablo Larraín, 2012, Chile) – a luta política e a mídia no plebiscito no Chile pelo fim da ditadura de Pinochet.
Trabalho Interno (Inside Job, de Charles H. Ferguson, 2010, EUA) – documentário sobre a crise de 2008.
Tudo pelo Poder (The Ides of March, de George Clooney, 2011, EUA) – uma campanha presidencial nos Estados Unidos.
O Dia que Durou 21 Anos (de Camilo Tavares, 2012, Brasil) – documentário que mostra a influência dos Estados Unidos no golpe civil-militar de 1964 no Brasil.
O Palácio Francês (Quai d’Orsay, de Bertrand Tavernier, 2012, França) – a burocracia e os jogos de poder.
A Questão Humana (La question humaine, de Nicolas Klotz, 2007, França) – o psicólogo do departamento de recursos humanos de uma grande empresa é chamado para uma tarefa adicional: monitorar um diretor, cujo comportamento parece suspeito.
Margin Call: O dia antes do fim (Margin Call, de J.C. Chandor, 2011, EUA) – o começo do efeito dominó da crise de 2008.
O Corte (Le Couperet, de Costa-Gravas, 2005, Bélgica/França/Espanha) – o drama de um executivo desempregado.
Boa Noite, Boa Sorte (Good Night, and Good Luck, de George Clooney, 2005, EUA) – um âncora de TV que tenta mostrar dos dois lados da história, em plena era do macarthismo, compra briga com o senador Joseph McCarthy e pela liberdade de expressão.
A Corporação (The Corporation, de Jennifer Abbott e Mark Achbar, 2003, Canadá) – documentário sobre as grandes corporações multinacionais.
Também há muito boas animações, como O Menino e o Mundo (de Alê Abreu, 2008, Brasil), sobre um garoto que, em busca do pai, se depara com a pobreza, exploração e falta de perspectivas.
Bom filme!
Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).