Esta sexta-feira é o dia escolhido para as lojas anunciarem descontos sobre alguns produtos à venda. E também no caso da Amazon, a “Black Friday” é um dos dias do ano com maior procura. Por isso foi o dia escolhido para a campanha global “Make Amazon Pay” avançar com protestos e greves em 35 países nos armazéns da multinacional detida pelo bilionário Jeff Bezos.
German warehouse workers at Bad Hersfeld are on strike to #MakeAmazonPay.
— Progressive International (@ProgIntl) November 25, 2022
Bad Hersfeld is one of 18 warehouses on strike across Germany and France as German union @_verdi and French union @lacgtcommunique say with one voice:
"Wir streiken/Nous sommes en grève". pic.twitter.com/K7whK1sTEd
Today, 25th November 2022,Black Friday, SGSF on behalf of readymade garments workers are calling for organisations, TU and govt from all over the world to stand and protest against Amazon, to #makeamazonpay. @IndustriALL_GU @ituc @ProgIntl pic.twitter.com/CbB8caCYwS
— Nazma Akter (@NazmaAkter73) November 25, 2022
📍 Late in the evening in Leipzig, 📍 early in the morning in Milan.
— UNI Europa (@UNI_Europa) November 25, 2022
✊ Across Europe and the world, working people are taking action to #MakeAmazonPay pic.twitter.com/gAmKwNrbzV
#makeamazonpay
— 内田聖子/Shoko Uchida (@uchidashoko) November 25, 2022
アマゾンは責任を取れ!
目黒のアマゾンジャパン社の前で抗議行動を行いました! pic.twitter.com/umVuA3jSjn
Kicked off a global day of strikes and actions against Amazon in Delhi today — followed by Germany, France, Romania, UK, USA, and more. Nearly 200 actions in 40 countries. So proud of @ProgIntl today. Only transnational solidarity can halt the exploitative machine. #MakeAmazonPay pic.twitter.com/P2dRnDGfQv
— Varsha Gandikota-Nellutla (@VarshaGandikota) November 25, 2022
Além dos locais de trabalho, o protesto foi até à porta da casa do dono da empresa em Nova Iorque.
Workers protest outside of Jeff Bezos NYC mansion on #BlackFriday demanding better pay, safe conditions and job security. #MakeAmazonPay photo@ninaberman pic.twitter.com/I1ZTTxbWFE
— @TheIndypendent (@TheIndypendent) November 25, 2022
We’re out in front of @JeffBezos’s #nyc penthouse calling to #MakeAmazonPay #MakeAmazonPayDay with workers from local bookstores, car washes, @reiunionsoho and @RWDSU members from so many industries! pic.twitter.com/SYQ1fbMfNV
— RWDSU (@RWDSU) November 25, 2022
Apesar de ter sido uma das empresas que mais ganhou com a pandemia, a Amazon continua a não partilhar esses ganhos com os seus trabalhadores ou com os produtores dos artigos que tem à venda. A espiral de inflação fez a empresa aumentar preços, mas não os salários reais dos seus trabalhadores. Além disso, continuam as más condições de trabalho, com taxas de acidentes muito acima da média do setor, e a reiterada prática anti-sindical. E em matéria de proteção ambiental, a promessa de descarbonização completa em 2040 contrasta com o aumento de 18% nas emissões (subestimadas) de CO2 no ano passado e com o financiamento de pelo menos 25 candidatos negacionistas das alterações climáticas nas recentes eleições intercalares norte-americanas.
Os protestos dos últimos meses em armazéns na Europa e EUA resultaram num aumento salarial na Alemanha, em valores abaixo da inflação, e num bónus de 500 libras no Reino Unido. No entanto, a empresa anunciou que o pagamento da segunda metade do bónus seria feito apenas aos trabalhadores sem “ausências injustificadas” entre 22 de novembro e a véspera de Natal, o que o sindicato GMB considera ilegal. Os trabalhadores exigem um aumento das atuais 10.50 para 15 libras por hora.
Em Espanha, Amazon insiste em não cumprir a “lei rider”
Esta semana, a Amazon anunciou ter recorrido da multa de 5,8 milhões de euros aplicada pela Inspeção do Trabalho catalã por se recusar a contratar diretamente os distribuidores para os seus quadros. Na quarta-feira, a diretora de Relações Laborais da empresa confirmou que não irá contratar ninguém até que a justiça a obrigue, revelou o El Diario.
Tal como acontece com as plataformas como a Uber ou a Glovo, a Amazon também é visada pela “lei rider”, que obriga à criação de um vínculo laboral direto entre a empresa e os trabalhadores ao seu serviço, acabando com a ficção dos “parceiros”, que na prática são seus trabalhadores, mas sem que esta pague as contribuições para a Segurança Social ou assegure os direitos laborais previstos na lei. A Amazon promove a criação de pequenas empresas distribuidoras dos produtos que vende, cujo único cliente é a Amazon, trabalham em veículos com o símbolo da Amazon, seguem as rotas fixadas pela Amazon e são geridos por um sistema informático e avaliados por um algoritmo que também pertencem à multinacional. A empresa subcontrata cerca de sete mil distribuidores em Espanha, responsáveis por escoar cerca de metade das encomendas. A outra metade é entregue aos Correios ou a grandes distribuidoras.
Fonte: Esquerda
Data original da publicação: 25/11/2022