Bancários de todo o país decidiram entrar em greve nesta terça-feira, 6 de outubro, de acordo com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Trabalhadores de diversas unidades da Federação confirmaram em assembleias regionais a participação no movimento, que não tem data para terminar.
Em algumas cidades como em Brasília e Porto Alegre a decisão de parar foi tomada em assembleia na última quarta-feira (30/09).
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de reajuste para salários e vales. A proposta inclui abono de R$ 2,5 mil, não incorporado ao salário.
Porém, os bancários querem reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras reivindicações.
O Comando Nacional dos Bancários já havia afirmado que a oferta patronal está longe de repor a inflação de 9,88%, e representaria perdas de 4% para os bancários. “Os bancos alegam que o índice oferecido para os trabalhadores pretende compensar dificuldades decorrentes da inflação passada, sem contaminar os índices futuros. No passado, tiveram lucro líquido de R$ 36 bilhões no primeiro semestre e no futuro deveriam reduzir taxas e juros que passam de 400% ao ano (cartão de crédito), com o objetivo de acelerar a economia. Somente com os ganhos das tarifas bancárias, cerca de R$ 55 bilhões, poderiam gerar quase 2,5 milhões de empregos com salário médio do mercado de trabalho e garantir esses empregos por um ano. Isso sim seria contribuir para a conjuntura econômica”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
“Também reivindicamos fim das demissões nos bancos para melhorar as condições de trabalho da categoria e melhor atendimento para a população”. A dirigente considera a conduta dos bancos um “desrespeito não só com os bancários, mas com toda sociedade”, por se tratar de um setor que mesmo tendo lucratividade maior do que qualquer outro setor da economia faz uma proposta que vai levar os trabalhadores a uma paralisação nacional.
Fonte: Informações compiladas de Agência Brasil, Estado de São Paulo, Rede Brasil Atual e Sindicato dos Bancários de São Paulo