Caso as reivindicações salariais do Comando Nacional dos Bancários não sejam atendidas até o fim do mês, a categoria deve entrar em greve a partir do dia 30. De acordo com a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira, mesmo com as sete rodadas de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), empresários e trabalhadores ainda não conseguiram chegar a um acordo.
Na última sexta-feira (19/09), os bancos apresentaram proposta de 7% de reajuste salarial – para inflação de 6,35% – e de 7,5% de aumento no piso. Os bancários, no entanto, consideraram a oferta insuficiente e seguem com o pedido de reajuste de 12,5%.
“Só os seis maiores bancos tiveram um crescimento em seu lucro na ordem de 16,5%. Eles estão lucrando mais do que lucraram ano passado e o aumento real que estão propondo é de 0,6%. Para nós, esse é um aumento real bem aquém do que eles podem pagar”, argumenta Juvandia. Além do reajuste salarial, a categoria também pede aumento do valor de vale-refeição, vale-alimentação e de auxílio creche-babá. A presidenta do Sindicato dos Bancários ainda destaca que a pressão por resultados e a cobrança de metas abusivas por parte dos bancos têm provocado grande adoecimento dos trabalhadores e, por isso, esse é outro item da pauta de negociações.
A demissão de funcionários em bancos privados também tem preocupado a categoria. Uma das propostas trabalhistas é garantir estabilidade de emprego e reduzir a rotatividade de bancários em agências e cargos. “A campanha nos ajuda a resolver esse problema, mas também auxilia os clientes, porque, com mais trabalhadores na agência, o atendimento é melhor”, afirma.
Juvandia lembra que a instalação de portas de segurança em todas as agências e o reforço da vigilância, reivindicações que ainda não foram atendidas pela Fenaban, beneficiarão tanto bancários como clientes, que também são vítimas de assaltos. “Neste ano, houve 32 mortes dentro de agência bancária ou por conta do saque na agência bancária. Essas medidas ajudarão, então, a reduzir a criminalidade e as mortes por saídas do banco.”
Ouça acima a entrevista completa feita pela Rádio Brasil Atual.
Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 22/09/2014