Mais da metade dos empregos nos 28 Estados-membros da União Europeia serão afetados pela tecnologia nas próximas décadas, segundo dados do instituto de políticas econômicas belga Bruegel. Com isso, prevê-se que os avanços tecnológicos vão substituir os trabalhadores na área de aprendizagem de máquinas, inteligência artificial e robótica móvel, tendo impacto principalmente nos setores de baixa qualificação.
De acordo com a pesquisa, tal tendência deve influenciar sobretudo os países com menores índices de desenvolvimento do bloco — como Romênia (62%) e Portugal (59%). Contudo, países do norte da UE — como Suécia (46%) e Reino Unido (47%) — devem ser menos afetados pela informatização.
Nos próximos anos, é provável que a mudança tecnológica se torne uma preocupação política fundamental. “O que essas estimativas implicam para a política é clara: se acreditamos que a tecnologia seja capaz de superar obstáculos tradicionais entre tarefas cognitivas, então, devemos equipar a próxima geração de trabalhadores com habilidades que se beneficiam da tecnologia, em vez de serem ameaçados por ela”, apontou a Bruegel em comunicado.
“Tais habilidades podem, por exemplo, enfatizar a inteligência social e criativa, o que sugere mudanças apropriadas na política de educação, a fim de enfrentar este desafio automatizado”, completou a instituição.
A questão da educação para suprir as necessidades do novo panorama de trabalho também inquieta os cidadãos: quase um quarto (23%) dos habitantes da União Europeia acredita que a sua formação acadêmica não lhe proporciona habilidades para encontrar um trabalho que corresponda às suas qualificações, revela a pesquisa de opinião pública da Eurobarometer.
Fonte: Opera Mundi
Data original da publicação: 22/07/2014