Resumo: |
A crise, proveniente das políticas socioeconômicas neoliberais, que foram hegemônicas em grande parte da América Latina, nos anos de 1990 e 2000, levou à falência um série de empresas que não puderam competir na conjuntura proposta, promovendo o desemprego em massa e degradação das condições de trabalho. Em resposta a este cenário, grupos de trabalhadores buscaram condições dignas através de uma proposta de democratização das relações de trabalho: a recuperação da massa falida das empresas em que trabalhavam sob o controle operário. Este fenômeno, que apesar de não ter grande representatividade em volume, representa um importante movimento da luta por autogestão no microcosmo produtivo e exercita uma nova relação social dentro do sistema capitalista, capaz de sobreviver às suas regras de mercado e ainda assim promover o debate crítico ao modo de produção. Neste sentido, esta pesquisa apresenta uma conceptualização e uma contextualização da autogestão como luta dentro do sistema capitalista, para compreender, a partir de coleta de dados, o que elas sinalizam em termos de propriedade coletiva dos meios de produção, da socialização do poder aos trabalhadores, a sua relação com movimentos sociais e como atuam nas suas comunidades na luta pela redução das desigualdades socioeconômicas. |