A escalada do desemprego tem produzido um efeito adverso na distribuição de renda no País. Após anos de queda contínua, a desigualdade – a distância de renda entre ricos e pobres – voltou a crescer com força no primeiro trimestre deste ano, segundo estudo da USP (Universidade de São Paulo).
Desde o início do segundo mandato da presidenta afastada Dilma Rousseff, em 2015, a desigualdade entre os que compõem a força de trabalho (desempregados e ocupados) aumentou quase 3%. É bastante para um indicador que varia pouco ao longo tempo. Nesse período, a taxa de desemprego subiu de 7,9% para 10,9%.
O levantamento baseia-se em informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), cuja série começou em 2012, e capta apenas os movimentos da renda proveniente do mercado de trabalho. Deixa de lado, portanto, recursos que venham de aposentadoria, pensões e aluguéis, por exemplo.
Assim, se a pessoa perdeu o emprego, a renda, por esse estudo, vai a zero, mesmo que eventualmente receba recursos do Bolsa Família ou da Previdência. Seguro-desemprego e FGTS, que têm efeitos só temporários, também não são computados.
A métrica mais apurada para medir a desigualdade é a renda dividida por morador de um domicílio, mas esse dado só é divulgado pelo IBGE uma vez por ano, em setembro. Até lá, para não ficar no escuro, estudiosos costumam usar como régua a renda dos trabalhadores ocupados.
Fonte: O Sul, com FolhaPress
Data original da publicação: 21/06/2016