Eduardo Miguel Schneider
Em movimento típico para essa época do ano, houve retração no número de trabalhadores ocupados em março (-215 mil trabalhadores ocupados). Esse resultado foi parcialmente compensado pela saída de trabalhadores do mercado de trabalho (87 mil indivíduos). Mas o número de desempregados ainda aumentou em 128 mil pessoas e passou a totalizar 2,4 milhões de trabalhadores nessa condição no conjunto das sete áreas metropolitanas pesquisadas [1]. A taxa de desemprego no espaço metropolitano brasileiro aumentou de 10,4% da população economicamente ativa (PEA) em fevereiro para 11,0% em março.
No entanto, nos últimos 12 meses, a taxa de desemprego metropolitana brasileira apresentou relativa estabilidade. Em março do ano anterior havia sido de 10,8% da PEA (frente aos 11,0% atuais). Essa relativa estabilidade não se distribuiu homogeneamente nas regiões, mas foi resultado do aumento do desemprego em Salvador, Belo Horizonte e Recife, redução em Porto Alegre e Fortaleza, e, relativa estabilidade no Distrito Federal e São Paulo.
O rendimento médio real dos ocupados apresentou ligeira oscilação negativa de 0,3% em fevereiro, encerrando o período em R$ 1.578. Já a tendência nos últimos 12 meses ainda foi de crescimento nos rendimentos: entre fevereiro de 2012 e de 2013 aumentou 0,9%.
A massa de rendimentos dos ocupados é a soma de todos os salários e remunerações que os indivíduos recebem pelo seu trabalho. Portanto, é o volume de recursos que os trabalhadores dispõem para consumo, pagamento de dívidas, etc. Nesse sentido, é um importante indicador de futuro da economia, visto que revela o seu potencial de consumo. Nos últimos 12 meses, findos em fevereiro de 2013, a massa de rendimentos dos ocupados expandiu 2,1%; resultado de crescimentos do nível de ocupação e dos rendimentos médios reais dos trabalhadores.
Mais informações: http://www.dieese.org.br/analiseped/ped.html
Nota
[1] As sete regiões metropolitanas onde a pesquisa é realizada: Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal.Eduardo Miguel Schneider é mestre em Economia do Desenvolvimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); especialista em Gestão Pública Participativa pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).