Com mais de 20 milhões de pessoas trabalhando como escravos modernos, uma desenvolvedora de tecnologia espera que a inteligência artificial ajude a limpar as cadeias de abastecimento do mundo e a erradicar o abuso de trabalhadores.
Padmini Ranganathan disse que dos celulares, das notícias e das câmeras de vigilância podem ser extraídos dados em tempo real, alimentados por máquinas para criar uma inteligência artificial que ajude as empresas a enxergarem o que está acontecendo em suas cadeias produtivas.
A escravidão moderna passou por uma crescente análise no ano passado, colocando pressão regulatória e do consumidor sobre as empresas para garantir que suas cadeias de fornecimento estejam livres de trabalho forçado, trabalhadores infantis e outras formas de escravidão.
Quase 21 milhões de pessoas são vítimas de trabalho forçado, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com trabalhadores migrantes e povos indígenas particularmente vulneráveis. Essa mão-de-obra na economia privada gera 150 bilhões de dólares em lucro ilegal por ano, segundo a OIT.
Mas Padmini Ranganathan disse que existem novas formas digitais de eliminar a exploração, dado que as pessoas não conseguiram acabar com a escravidão moderna.
“A tecnologia pode filtrar mais de 1 milhão de artigos por dia usando palavras-chave específicas do trabalho forçado e destacar áreas de risco potencial em uma cadeia de suprimentos”, disse Padmini em entrevista à Thomson Reuters Foundation.
A desenvolvedora trabalha para a empresa de serviços de tecnologia da informação SAP Ariba, que ajuda empresas a gerenciarem melhor seus processo de aquisição.
Segundo ela, um novo programa poderia mapear conexões fracas nas cadeias produtivas de corporações, selecionando dados de várias fontes, desde câmeras de vigilância até organizações sem fins lucrativos e outras agências.
Ela espera que seu novo programa contenha o mercado e ajude a criar “cadeias de suprimento conscientes”.
Padmini Ranganathan afirmou, por exemplo, que poderia ajudar a detectar se o trabalho infantil era usado para polinizar algodão, que por sua vez era usado para produzir uma camiseta de marca. Poderia ainda ajudar a monitorar as condições de trabalho nas plantações de cacau, dando às empresas “exposição em tempo real” para que possam remover abusos imediatamente de suas cadeias produtivas.
Fonte: R7
Texto: Anuradha Nagaraj
Data original da publicação: 09/08/2017