“Essas coisas acontecem”. Foi o que disse na quarta-feira (14/05) Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia, ao visitar o local da explosão que matou, até o momento, 245 pessoas em uma mina de carvão no oeste do país. A chegada do premiê à cidade de Soma causou revolta na população, protagonizando embates com a polícia turca em meio a palavras de ordem que pediam a renúncia do governo.
Sindicatos turcos também decidiram convocar para a sexta-feira (16/05) uma greve geral que deve afetar as principais cidades do país para protestar contra a falta de segurança e a exploração do trabalho. “Isso não é um acidente, é um crime”, disse à imprensa Tayfun Görgün, presidente do sindicato dos mineradores Dev-Maden Sen.
“Vocês deveriam saber como funciona a mineração. Em 1862, morreram 262 pessoas em uma mina de carvão da Inglaterra; em 1866 foram 361; e, em 1894, outros 290, por uma explosão. Na China, morreram 1.549 em 1942, no Japão, 458 em 1963, na Índia, 372 em 1975. Esse tipo de acidente ocorre a todo momento”, relatou Erdogan, acrescentando que não houve irregularidades na última inspeção da mina, em março de 2013.
A recusa de Erdogan em reconhecer responsabilidade na tragédia, ou se prontificar a prestar contas rigorosas à população, revoltou os familiares das vítimas e residentes da cidade de Soma.
Em uma das maiores tragédias do setor industrial turco, o acidente no distrito de Soma parece ter sido provocado por uma falha elétrica em um transformador, que resultou em um grande incêndio. Após visitar o local, Erdogan não alimentou esperanças de que sejam encontrados sobreviventes e decretou três dias de luto nacional. O premiê prometeu que o acidente seria investigado.
Fonte: Opera Mundi
Data original da publicação: 14/05/2014