Em entrevista para a Rádio Brasil Atual, na quarta-feira (20/05), o secretário do meio ambiente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antônio Rovaris, Antoninho, por ocasião do 21º Grito da Terra Brasil, em Brasília, fala que o movimento dos pequenos agricultores está crescendo e com boas expectativas este ano. “Esperamos que tenhamos a sensibilização do governo para continuar a escalada da melhoria de condição de vida para o povo do campo.”
A Contag tem uma pauta extensa e diversificada em 2015, que passa pelo combate ao trabalho infanto-juvenil, saúde, educação, reforma agrária, crédito agrícola e preservação do meio ambiente. Segundo Antoninho, alguns temas estão avançando, mas outros ainda têm negociações travadas.
“Nós temos evolução na área de saúde para o trabalhador, na questão de educação para o campo, com a instalação de faculdades em cidades pequenas, além da melhoria de atendimento para os trabalhadores. Agora, quando falamos de recursos para o crédito, para o acesso à terra, ou de políticas ambientais, nós enfrentamos uma dificuldade grande, em função da crise que o governo está passando”, afirma.
O movimento também faz reivindicações locais, com ênfase na região Norte do país, como o Pará, por causa da construção da hidrelétrica de Belo Monte. “Hoje e amanhã, teremos cerca de 80 a 90 mil pessoas nas ruas, nos 27 estados brasileiros, cada estado com sua particularidade. Porém, no Pará a luta é em relação aos impactos das grandes obras.”
O 21º Grito da Terra já realizou 15 audiências com diversos ministérios, incluindo o da Fazenda. Para Antoninho, a quinta-feira (21/05) foi o dia principal para a luta da categoria, pois foram recepcionados pela presidente Dilma.
“Temos duas expectativas: destravar o volume para os créditos e a manutenção dos juros atuais para o meio rural. Esperamos que o ministro Joaquim Levy e a presidente nos auxiliem nessa melhoria e na manutenção da política agrícola”, afirma. Antoninho aponta dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar. Segundo ele, o meio rural perde em atrativos econômicos, culturais e sociais, comparado ao centro urbano, o que dificulta a fixação dos jovens nessas regiões. “É uma série de problemas, ou seja, uma dívida muito grande do Estado com o meio rural.”
Fonte: Rede Brasil Atual
Data original da publicação: 20/05/2015